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    07-11-2023
    O Paraná é o quinto estado com o maior percentual de cursos de graduação mais bem avaliados do Brasil no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). São 216 cursos classificados nas faixas de conceito 4 e 5, que correspondem a 28,1% dos 770 cursos avaliados no Estado. Esse resultado posiciona o Paraná à frente de estados como Rio de Janeiro (8º) e São Paulo (15º).

    Em todo o Brasil, os cursos que alcançaram a nota máxima no Enade somam apenas 5,5% entre os 9.896 avaliados. As instituições estaduais de ensino superior do Paraná alcançaram uma taxa de 18,6% no Conceito 5, percentual três vezes superior à média nacional.

    Considerando a nota bruta obtida no Enade, as universidades estaduais de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM) estão na terceira e oitava posição nacional na área de Psicologia, entre 746 cursos avaliados. A UEM figura em 2º lugar entre os 34 cursos de Secretariado Executivo avaliados de todo o Brasil. A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) está em destaque com os cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda classificados como 11º e 20º melhores do país, entre 286 e 345 cursos avaliados, respectivamente.

    Dos 75 cursos avaliados das universidades estaduais do Paraná, 48 estão com nota acima da média nacional, sendo 14 classificados com Conceito 5, nota máxima da avaliação.

    ESTUDANTES – Nesta edição, com dados referentes ao exame aplicado em novembro do ano passado, foram avaliados estudantes de 26 áreas, entre cursos de bacharelados e tecnológicos.

    A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) alcançou o maior número de cursos avaliados com Conceito 5: Administração em Foz do Iguaçu, Serviço Social em Toledo e Direito nos câmpus de Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Marechal Cândido Rondon. A UEM conquistou Conceito 5 nos cursos de Direito, Psicologia e Secretariado Executivo, todos do câmpus-sede.

    Na Unicentro, a nota máxima foi alcançada pelos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, ambos do câmpus Santa Cruz, em Guarapuava, e Psicologia, do câmpus de Irati. As universidades estaduais de Londrina (UEL), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) figuram, cada uma, com um curso entre os mais bem avaliados: Psicologia, Direito (Jacarezinho) e Serviço Social (Apucarana), respectivamente.

    Outros 34 cursos das instituições de ensino superior ligadas ao Governo do Estado também estão avaliados acima da média com Conceito 4, sendo cinco da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e cinco da Unicentro, nove da Unioeste, seis da UEL e seis da Unespar, além de três da UEM. Na média nacional, com Conceito 3, as universidades estaduais somam 22 cursos.

    O pró-reitor de Graduação da Unioeste, Eurides Küster, ressalta a importância das ações de ensino desenvolvidas pelas universidades públicas. “A universidade pública é importante para a formação de novos profissionais que se tornam agentes de transformação e inovação da sociedade, potencializando as condições para o desenvolvimento econômico, ambiental, social e cultural”, afirma.

    ÁREAS – O Enade 2022 avaliou os cursos de bacharelado em Administração; Administração Pública; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas; Jornalismo; Publicidade e Propaganda; Direito; Psicologia; Relações Internacionais; Secretariado Executivo; Teologia; e Turismo. O Exame também avaliou cursos superiores de tecnologia em Comércio Exterior; Design Gráfico, Design de Interiores; Design de Moda; Gastronomia; Gestão Comercial; Gestão de Qualidade; Gestão Pública; Recursos Humanos; Gestão Financeira; Logística; Marketing; e Processos Gerenciais.

    EXAME – O Enade é um componente curricular obrigatório dos cursos de graduação e é constituído por um questionário sobre o perfil socioeconômico e acadêmico do estudante e uma prova com itens de formação geral comuns a todas as áreas e itens específicos. A prova é aplicada anualmente e avalia, em cada edição, um grupo de cursos, possibilitando conhecer a qualidade dos cursos de graduação e a aptidão dos profissionais formados, além de servir como indicador para escolher universidades para ingressar no ensino superior.

    O próximo exame, o Enade 2023, será no dia 26 de novembro para estudantes dos cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Ciências Agrárias, Ciências da Saúde e áreas afins; cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de Engenharias e Arquitetura e Urbanismo; e cursos superiores de tecnologia nas áreas de Ambiente e Saúde, Produção Alimentícia, Recursos Naturais, Militar e Segurança.

    uem-na-midia
    11-10-2023
    O Governo do Estado divulgou nesta quarta-feira (11) os nomes dos 188 ambientes promotores de inovação credenciados pelo Sistema Estadual de Parques Tecnológicos do Paraná (Separtec). Os ambientes credenciados estão em 42 cidades paranaenses, sendo a maioria em Curitiba (29), Londrina (20), Maringá (16) e Guarapuava (11). Nos próximos meses, será publicado um novo edital indicando os recursos financeiros e incentivos fiscais para o fomento desses ecossistemas.

    Lançada no mês passado, essa ação de credenciamento contemplou todas as regiões do território estadual, com a maior parte das propostas aprovadas na Região Metropolitana de Curitiba e no Norte do Paraná, somando 38 ambientes credenciados em cada. Na sequência, as regiões Oeste e Noroeste totalizaram 22 espaços credenciados cada. Antes dessa chamada pública, somente os parques tecnológicos eram credenciados pelo Separtec.

    Segundo a Lei Estadual de Inovação do Paraná (20.541/2021), os ambientes de inovação são espaços públicos e privados que favorecem ações de empreendedorismo, inovação e pesquisa científica e tecnológica. No credenciamento do Separtec, os ecossistemas são qualificados em 10 categorias: aceleradoras; agências de inovação; centros de inovação; espaços maker; hubs de Inovação; incubadoras; pré-incubadoras; e parques tecnológicos em operação, em implantação e em planejamento.

    O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, destaca a importância dos ambientes de inovação para alavancar o crescimento socioeconômico. “Os ambientes de inovação oferecem infraestrutura para incentivar o desenvolvimento de projetos que criam novos produtos, serviços e negócios para o mercado, aproximando os segmentos produtivos acadêmico e empresarial, com impacto direto na ampliação e no fortalecimento da competitividade local e regional”, afirma.

    CREDENCIAMENTO ACADÊMICO – No Paraná, a exemplo de outros estados, as instituições públicas de ensino superior lideram a disponibilidade desses espaços, somando 71 credenciamentos nesse edital do Separtec. A Universidade Estadual do Paraná (Unespar) obteve nove credenciamentos em seis cidades. Na sequência, as universidades estaduais do Norte do Paraná (UENP) e do Oeste do Paraná (Unioeste) conquistaram sete e cinco credenciamentos, respectivamente, em quatro municípios.

    A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) credenciou quatro ambientes em duas cidades; seguida pelas universidades estaduais de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM) com três credenciamentos. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) credenciou um ambiente de inovação.

    A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) conta com 26 ambientes inovadores em 12 cidades, seguida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com sete ambientes de inovação credenciados em quatro municípios. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) obteve seis credenciamentos em quatro cidades.

    SAÚDE – Referência na produção de medicamentos biológicos, vacinas e kits de diagnóstico para uso animal e humano, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) conquistou dois credenciamentos: Parque Tecnológico da Saúde e Incubadora Tecnológica (Intec), ambos localizados na Capital.

    No parque estão instalados o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), que desenvolve soluções de saúde e bem-estar social; o Instituto Carlos Chagas (ICC), unidade técnico-científica regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Paraná; e a Intec, que abriga empresas inovadoras de base tecnológica da área da saúde, para inserir no mercado novos produtos e serviços para procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de pacientes.

    PREFEITURAS – Ao todo, 25 prefeituras foram contempladas com o credenciamento de 31 ambientes de inovação ligados aos municípios. Assaí, no Norte do Estado, obteve três credenciamentos, seguida por Morretes, no Litoral, Curitiba, Araucária e Colombo, na Região Metropolitana da Capital, com dois ambientes cada. As demais prefeituras propuseram um projeto cada.

    INSTITUCIONAL – O Separtec é gerenciado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em parceria com a Secretaria da Fazenda (Sefa) e a Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI). O sistema tem como objetivo estimular a participação de pesquisadores no desenvolvimento de estudos relacionados às potencialidades produtivas, além de mapear ecossistemas de inovação paranaenses, inclusive em implantação, prospectando recursos para fomentar esses espaços.

    uem-na-midia
    26-10-2023
    As universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG) e do Oeste do Paraná (Unioeste) somam 22 cursos classificados como excelentes pelo Guia da Faculdade 2023, publicado nesta semana pelo jornal O Estado de São Paulo. São nove cursos a mais que os 13 cursos avaliados nessa categoria na edição do ano anterior. As quatro instituições contam, ainda, com 156 cursos classificados como muito bons.

    As universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) aparecem no periódico com mais 58 cursos avaliados como muito bons, colocando as estaduais paranaenses em posição de destaque, com 214 cursos nessa categoria. As instituições ligadas ao Governo do Estado também somam 56 cursos avaliados como bons.

    Na liderança, a UEL tem 11 cursos com cinco estrelas, a maior nota atribuída pela publicação. Os cursos de Agronomia, Ciências Biológicas e Filosofia alcançaram nota máxima pelo segundo ano consecutivo. As graduações em Psicologia, Biblioteconomia, Design de Moda, Enfermagem, Geografia (Bacharelado e Licenciatura) e Medicina aparecem pela primeira vez como cursos de excelência. A instituição conta ainda com 36 cursos de quatro estrelas (muito bons).

    A UEM também aumentou para seis o número de graduações com cinco estrelas. Os cursos de Farmácia, Geografia, Matemática e Zootecnia aparecem novamente no periódico e os cursos de Ciências Biológicas e Pedagogia figuram pela primeira vez. A UEPG manteve o curso de Letras como excelente e conquistou nota máxima nos cursos de Geografia e Pedagogia. Com os cursos de Pedagogia e Secretariado Executivo, a Unioeste fecha a lista das mais bem avaliadas pelo guia, entre as estaduais.

    Para a pró-reitora de Graduação da UEL, professora Ana Márcia Tucci de Carvalho, essa classificação está relacionada à qualidade do ensino superior da rede pública estadual. “Esse resultado reflete um reconhecimento daquilo que os cursos oferecem à sociedade, com excelência na qualidade de docentes e dos projetos pedagógicos das graduações, que são estruturadas e desenvolvidas com diversas atividades de extensão previstas para o percurso de formação profissional, associadas às atividades práticas”, afirma.

    PUBLICAÇÃO – O Guia da Faculdade é realizado desde 2018. O levantamento surgiu por meio de uma parceria entre o Estadão e a Quero Educação, startup da área de educação. A organização parceira é responsável pela coleta de dados das instituições de ensino, definição da metodologia, seleção da banca de avaliação e estruturação de dados.

    Em 2023, foram avaliadas mais de 18 mil graduações de instituições de ensino públicas e privadas de todo o Brasil, entre cursos de bacharelados, licenciaturas, e tecnológicos, nas modalidades presencial e de educação a distância (EAD). A pesquisa categoriza os cursos por áreas de ensino: Administração, Negócios e Serviços; Artes e Design; Ciências Biológicas e da Terra; Ciências Exatas e Informática; Ciências Humanas e Comunicação; Engenharias; e Saúde e bem Estar.

    A pontuação é composta a partir de três de critérios: corpo docente, que avalia o perfil de professores vinculados; infraestrutura, que avalia a condição de materiais e equipamentos que auxiliam na formação; e o projeto pedagógico, que leva em consideração as características da proposta de ensino de cada curso.

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    23-10-2023
    O Governo do Estado encerrou a Operação Rondon Paraná edição 2023 no sábado (21). Foram dez dias de atividades com 372 ações extensionistas, que envolveram 14.732 mil pessoas. As equipes de rondonistas, formadas por 150 estudantes e 28 professores das sete universidades estaduais, percorreram sete cidades paranaenses.

    A ação aconteceu entre os dias 11 e 21 de outubro, coordenada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Nesse período de dez dias, os estudantes trabalharam em ações nos municípios de Antonina, Guaratuba, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná, no Litoral do Estado; e Cerro Azul e Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.

    Entre os universitários estavam estudantes de graduação e pós-graduandos de 27 cursos de diferentes áreas do conhecimento e juntos promoveram ações nas áreas de cultura, direitos humanos e justiça, educação, saúde, comunicação, meio ambiente, tecnologia e produção, trabalho.

    Para o secretário Aldo Nelson Bona, a Operação Rondon cumpriu os objetivos e aproximou a universidade das comunidades. “Levamos atividades de extensão universitária às populações mais carentes dos municípios atendidos e, sobretudo, demos oportunidade para formação integral aos estudantes e professores do sistema estadual de ensino superior paranaense”, afirmou.

    Ele destacou, ainda, a ação de extensão intensiva das universidades, que proporciona o conhecimento e a percepção de realidades diferentes. “Os rondonistas saem fortalecidos, renovados depois de dez dias de imersão e trabalho junto às populações mais vulneráveis acompanhando realidades que desafiam o cotidiano das pessoas e a importância da universidade para se conectar com desafios e soluções para a sociedade”, disse o secretário.

    Sob a supervisão de professores, as equipes de rondonistas desenvolveram atividades diversas, como orientação em saúde, produção de pães, fotografia, plantas medicinais, reaproveitamento de alimentos, entre outros temas. As atividades mobilizaram moradores de várias comunidades urbanas e rurais, com propostas de soluções autossustentáveis para questões locais e regionais.

    INCLUSÃO – A diretora auxiliar da Escola Especial Municipal Ilha do Saber, de Pontal do Paraná, Lizmari Simioni Rusycki, ressaltou que as ações do Rondon para os 129 alunos com deficiência intelectual proporcionou uma troca de conhecimento e experiência.

    “As atividades lúdicas desenvolvidas por meio de brincadeiras e tarefas proporcionaram inclusão social. E, da mesma forma que deixam algo, os envolvidos na Operação também levam informações sobre como as atividades são desenvolvidas em uma escola especializada, como foi a adesão dos alunos, a participação e a compreensão deles. Para os nossos estudantes é tudo muito positivo porque são atividades diferenciadas, com dinâmica, que auxiliam a desenvolver o potencial artístico, criativo, trazendo alegria”, afirmou.

    RONDON – O nome da Operação Rondon é uma homenagem ao Marechal Cândido Rondon, engenheiro sertanista e brasileiro, um dos responsáveis pelas telecomunicações. As ações extensionistas tiveram início em 1968, com o Ministério da Defesa, denominado Projeto Rondon, que reúne estudantes de diversas instituições de ensino superior para as ações de cidadania, cultura e solidariedade em todas as regiões do país.

    Entre 2015 e 2019, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) organizou a Operação Rondon Paraná. Nas cinco edições, as equipes atuaram em 34 municípios, com 832 rondonistas, entre alunos, professores e agentes universitários, somando 4.129 oficinas e 116.875 atendimentos à população.

    A Operação Rondon Paraná, coordenada pela Seti, foi instituída como uma ação governamental em 2023, concentrando atividades de extensão das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM), de Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar). A proposta é que seja promovida uma edição por ano em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

    seed-professor-indigena
    25-10-2023
    Prestes tornar-se o primeiro indígena do Paraná a conquistar um diploma de doutorado, Florêncio Rekayg Fernandes, 46, trilhou um caminho nobre na educação paranaense. Pedagogo e mestre em Educação, ele pertence ao povo Kaingang, do clã Kamé, um dos grupos que compõem a etnia natural da Terra Indígena de Rio das Cobras, localizada em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Estado.

    Doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Florêncio ocupa o cargo de diretor na Escola Estadual Emília Jerá Poty, na Aldeia Tupã Nhe’é Kretã, próxima à Morretes, no Litoral.

    Muito antes da docência, a trajetória de Florêncio começou ainda nos bancos da escola de sua aldeia, onde foi alfabetizado na língua materna – o Kaingang – ainda no 1° ano do ensino fundamental, por um professor bilíngue, treinado no Rio Grande do Sul. O contato com a língua portuguesa começou no 2° ano, quando uma professora da Fundação Nacional do Índio (Funai) lecionou as matérias tradicionais do currículo escolar.

    Esse aprendizado se estendeu até a 4ª série, quando ainda enfrentava dificuldades na pronúncia do idioma. A partir do 5° ano, entretanto, a carência por atendimento pedagógico adequado na aldeia à época impulsionou Florêncio a deixar a escola da comunidade para continuar seus estudos, ao passo que muitos de seus colegas optaram por não prosseguir com a educação.

    No início de sua jornada de estudos fora da aldeia, no Colégio Estadual Rio das Cobras, na cidade de Nova Laranjeiras, ele enfrentou desafios de discriminação e preconceito. Sua habilidade na língua indígena era significativamente maior do que sua proficiência em português, o que dificultou a compreensão do conteúdo ministrado pelos professores durante seu primeiro ano de estudos longe da aldeia.

    “Pensei em desistir, mas meus pais me incentivaram a aprender o novo idioma, reconhecendo a importância desse esforço para ajudar nosso povo nas lutas por seus direitos, como o reconhecimento da língua indígena no currículo escolar, e também para que eu avançasse em meus estudos e futura carreira”, relembra. Além do português, Florêncio também adquiriu fluência em inglês e espanhol.

    Anos mais tarde, guiado pela missão de lecionar, o doutorando pisaria pela primeira vez em uma sala de aula como professor, a convite do cacique José Olibio, líder de sua aldeia-mãe. “No momento em que nós colocamos os pés na escola, temos uma missão: educar e também fortalecer nossa cultura”, afirma. Apaixonado pelo ensino, Florêncio decidiu dedicar-se ao magistério formalizando sua graduação e tornando-se professor regente, ingressando em seguida no concurso público com função de pedagogo, onde atua até hoje.

    JORNADA ACADÊMICA E DESAFIOS NA SAÚDE - Intitulada “A formação e Atuação de Professores Pedagogos Indígenas no Paraná”, a dissertação garantiria a Florêncio a aprovação do mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), em 2016. Aprovado por ampla concorrência, o próximo passo foi dado em direção ao Doutorado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

    Neste intervalo de tempo, dores nas articulações e perda significativa de massa muscular levaram o docente, em meados de 2020, ao diagnóstico de miosite por corpos de inclusão, doença neuromuscular degenerativa, que provoca fraqueza muscular progressiva e posterior atrofia da musculatura corporal. A condição é classificada como doença rara, o que significa que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos.

    Sem cura ou tratamento específico ao longo destes três últimos anos, a doença atingiu a fase cinco, provocando em Florêncio a perda do movimento nas pernas. Segundo prospecção médica, dentro de dez anos ele pode vir a sofrer atrofia total dos músculos e também a perda da memória.

    Mesmo com tamanho desafio, o professor permanece ativo em sala de aula e preserva o entusiasmo em receber o título de “doutor” no ano que vem. Presente na comunidade educacional do Paraná representando os povos e trabalhando em prol da defesa dos idiomas indígenas, Florêncio destaca que a cultura é uma parte intrínseca da vida dos estudantes indígenas do Estado, tanto dentro como fora da aldeia e, por isso, merece ser preservada.

    “A língua é parte fundamental da identidade de um povo e esse valor deve ser transmitido para os jovens e crianças. Isso envolve a apreciação profunda da herança cultural e o orgulho da própria identidade”, diz.

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