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    30-10-2024
    As universidades estaduais do Paraná terão um orçamento recorde em 2025. Serão R$ 3,6 bilhões destinados às sete instituições paranaenses de Ensino Superior, maior valor registrado até hoje para a rede, segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Em comparação com 2019, início da atual gestão, o valor dos repasses aumentou 38,7%. Em números absolutos, isso representa um aumento de R$ 1 bilhão no orçamento ao longo de seis anos.

    Esse montante será usado tanto para o custeio quanto para investimentos de universidades estaduais, como a de Londrina (UEL), Maringá (UEM) e Ponta Grossa (UEPG). Atualmente, são mais de 84,6 mil alunos matriculados em cursos presenciais e à distância entre estudantes de graduação, mestrado e doutorado, além de especialização e residência multiprofissional em todas as regiões do Estado.

    O exemplo mais claro dessa maior atenção ao universo acadêmico foi com a própria Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Entre 2019 e 2025, o orçamento da instituição cresceu 83,3%, indo de R$ 179 milhões para R$ 328 milhões. Saltos semelhantes foram registrados na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), aumentando 66,3% e 50,6%, respectivamente.

    O reflexo desse aumento no orçamento é a qualidade do ensino e das pesquisas realizadas nas universidades estaduais paranaenses. A UEM, por exemplo, foi eleita a quarta melhor instituição do Sul e a 24ª de todo o país na nova edição do Ranking Universitário da Folha de São Paulo (RUF). A UEL aparece na 27ª posição, enquanto UEPG e Unioeste figuram em 41° e 50º na lista com 203 universidades do Brasil. Além disso, 19 cursos das universidades estaduais obtiveram nota máxima no Guia da Faculdade do Estadão, publicado neste mês pelo jornal O Estado de São Paulo.

    De acordo com o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, a atenção ao Ensino Superior é algo que se reflete não apenas na qualidade das instituições, mas também na forma como esse conhecimento é devolvido à sociedade. “O Paraná tem um compromisso com as suas universidades para promover o desenvolvimento científico e tecnológico”, diz. “É conhecimento que se transforma em inovação, em progresso e em qualidade de vida para todo o Estado”.

    O salto do orçamento ao longo dos últimos é, segundo o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), Aldo Bona, um claro reconhecimento do Governo do Paraná da importância estratégica da pesquisa científica e das universidades no desenvolvimento estadual. “Desenvolver a pesquisa e a extensão, comprometidas com a região onde as universidades estão inseridas, ajuda o Estado a gerar emprego, renda, desenvolvimento econômico e social — e, portanto, ajuda a construir uma sociedade melhor”, completa.

    Para o reitor da Unioeste e presidente da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), Alexandre Webber, o orçamento de 2025 é motivo de comemoração. ‘Nos últimos seis anos, o avanço do orçamento das universidades supera a inflação. E, mais do que isso, a estabilidade do custeio dos últimos 10 anos faz com que as gestões possam se preparar e aplicar melhor o recurso”, diz. “Isso é fundamental pra nossas universidades continuarem avançando e mais que tudo, desenvolver o Estado”.

    Os R$ 3,6 bilhões destinados às universidades correspondem também à maior parte de todo o orçamento previsto para a SETI, responsável pela administração dessas instituições. Dos R$ 4,3 bilhões direcionados à pasta no ano que vem, 83,4% serão dedicados exclusivamente ao custeio e investimentos no setor.

    E a UEM é quem vai receber a maior fatia. São R$ 869,7 milhões descritos no orçamento para a instituição na região Noroeste do Paraná. Em seguida, aparecem a UEL, com R$ 829,9 milhões; a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), com R$ 575,3 milhões; e a UEPG com R$ 458,9 milhões.

    Já a Unicentro contará com um orçamento de R$ 365,6 milhões, enquanto a Unespar terá outros R$ 328 milhões. Fecha a lista a UENP, com R$ 163,7 milhões.

    HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS – O papel das universidades estaduais não se limita apenas ao ensino e às pesquisas, já que várias dessas instituições administram também hospitais universitários (HU) que atendem a população de suas respectivas regiões. Assim, parte dos R$ 3,6 bilhões descritos no orçamento de 2025 é destinado para a gestão dos HUs da UEL, UEPG, UEM e Unioeste. São 6% desse montante, totalizando R$ 226,4 milhões.

    Como o custeio dessas unidades é compartilhado entre SETI e a Secretaria de Estado da Saúde (SESA), o orçamento dos HUs é dividido entre as duas pastas. Para 2025, os hospitais vão receber um total de R$ 1,3 bilhão.

    tilapia-vira-vestuario-material-hospitalar-e-farinha-para-suplemento-em-projeto-da-uem
    30-10-2024
    Com uma produção de 209 mil toneladas em 2023, o Paraná responde por 36% do cultivo anual de tilápia no Brasil, que totalizou 579 mil toneladas no ano passado. Graças a um trabalho de pesquisa conduzido por professores e estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Noroeste, uma parte dessa produção estadual pode se transformar em outros produtos de maior valor agregado ligados às indústrias da moda, hospitalar, farmacêutica e alimentícia.

    O exemplo mais recente que decorre deste trabalho pode ser visto em dois importantes desfiles de moda do Brasil: a 2ª edição do Santa Catarina Fashion Week, que aconteceu nos dias 25 e 26 de setembro em Florianópolis, e o 58º São Paulo Fashion Week, realizado entre os dias 16 e 20 de outubro na capital paulista. Em ambos os eventos, roupas confeccionadas com couro de tilápia produzido na UEM ganharam as passarelas.

    As estilistas confeccionaram peças com couro de tilápia produzido pela UEM em conjunto com a zootecnista Amanda Hoch, uma ex-aluna de pós-graduação da universidade. Ela também é coproprietária da Tilápia Leather, uma empresa especializada na produção do couro usado como base para a confecção de sapatos, bolsas e outros artigos de vestuário feitos a partir da pele da tilápia.

    Amanda contou com o suporte da professora e sua ex-orientadora Maria Luiza Rodrigues de Souza, do Departamento de Zootecnia da UEM, que também idealizou a criação do laboratório de processamento de peles e pequenos e médio animais da instituição. Atualmente, o laboratório, que iniciou suas atividades em 2004, é considerado uma referência em pesquisas sobre a transformação da pele do peixe em couro.

    “A Amanda nos procurou para estender o convite, porque ela sentiu um pouco de dificuldade na parte de matização das cores. Fizemos o trabalho, passamos para a Mônica Sampaio, que é a estilista que fez o desfile, e a repercussão foi muito grande”, contou Maria Luiza.

    O laboratório onde a professora Maria Luiza trabalha possui mais de 100 metros quadrados e fica dentro da Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), no distrito de mesmo nome localizado no município de Maringá. Anualmente, cerca de 40 novos estudantes de graduação, além de alunos da pós-graduação e de grupos de iniciação científica, utilizam o espaço.

    Nele, os pesquisadores aplicam técnicas distintas de curtimento em diferentes espécies de peles animais, incluindo outros peixes de água doce e marinha, rãs, coelhos, caprinos, jacarés e avestruzes, entre outros. Os estudos envolvem análises de resistência dos diferentes couros processados no laboratório, testes físico-químicos e físico-mecânicos, bem como análise de histologia (ciência que estuda tecidos dos seres vivos) e microscopia eletrônica.

    Para Maria Luiza, o processamento do couro de tilápia representa um potencial econômico a ser explorado por produtores e outras pessoas ligadas à cadeia produtiva. Ela lembra que a pele que sobra da produção do pescado representa de 4% a 10% do seu peso.

    “Independentemente de onde você vai aplicar o couro de tilápia, seja em calçados, bolsas ou outras roupas e acessórios, ele vai enriquecer muito o produto e elevar o seu preço porque se trata de algo diferenciado no mercado”, afirmou a professora.

    Além dos eventos de moda, as técnicas de curtimento também já foram amplamente apresentadas em eventos científicos internacionais que aconteceram na Argentina, Colômbia, Equador, Itália e México.

    De acordo com Amanda, o aproveitamento do couro de tilápia é uma solução ambientalmente sustentável para pequenos e médios produtores do peixe, que também podem arrecadar mais com as sobras da produção depois da venda da carne. “Os grandes produtores, que são principalmente as cooperativas, no caso do Paraná, já reutilizam a pele da tilápia para a produção de óleo, ração e cola, mas no caso dos pequenos e médios produtores, a venda para a produção de couro é muito vantajosa”, disse a ex-aluna e empresária.

    “Na maior parte dos casos, esses piscicultores não sabem o que fazer com a pele e acabam vendendo ela por um valor bem baixo, de 15 a 30 centavos por quilo, enquanto nós pagamos até R$ 5 por quilo, o que para eles representa um acréscimo de 30% no valor total da produção de tilápia, que pode ser reinvestido com contratação de mais funcionários ou em melhorias de suas propriedades”, acrescentou Amanda.

    OUTROS USOS – Assim como na moda, os produtos feitos a partir da tilápia na UEM têm demonstrado grande potencial de uso em outros segmentos econômicos, sobretudo na medicina, com tratamentos hospitalares, e também com produtos que servem como suplemento alimentar feitos a partir da farinha de tilápia.

    No caso da medicina, a pele de tilápia já é mais conhecida do público em geral por ser usada no tratamento de queimaduras de 2º e 3º graus devido às suas propriedades, que ajudam na cicatrização e redução da dor. No laboratório da UEM, porém, esse processo foi aprimorado com a extração do colágeno da pele do pescado e a inclusão de fármaco para a produção do biofilme para ser aplicado em feridas abertas e queimaduras, considerado um curativo biológico.

    Após esse tratamento, ele é transformado no chamado biofilme, cuja estrutura mantém características que promovem a hidratação e proteção da área lesada. O biofilme é altamente compatível com a pele humana, o que reduz a chance de rejeição pelo organismo e acelera o processo de recuperação dos tecidos afetados.

    Já a farinha de tilápia vem ganhando destaque como um suplemento alimentar rico em proteínas, especialmente valorizado por atletas e pessoas que buscam uma dieta mais equilibrada. O processo de produção envolve o aproveitamento das partes do peixe que geralmente seriam descartadas, como o espinhaço, costelinhas e carne remanescente da filetagem.

    Esses resíduos são submetidos a um processo de cozimento, secagem e moagem, resultando em uma farinha com alta concentração de proteínas e outros nutrientes essenciais, como ômega 3, ômega 6, cálcio e fósforo, cujo produto final não apenas otimiza o aproveitamento do pescado, mas oferece uma fonte de proteína de alta qualidade.

    A farinha de tilápia pode ser incorporada em shakes, pães, bolachas, bolos e outros doces, enquanto na UEM o seu uso já vem sendo testado nestes alimentos e também em conjunto com outras massas, no leite, arroz e na produção de chips, entre outros, sendo uma alternativa maior concentração proteica, mais sustentável e nutritiva às atuais opções disponíveis no mercado. Assim como o uso do couro, a confecção de suplementos com outras partes do peixe ajuda a reduzir o desperdício na cadeia produtiva do peixe.

    De acordo com Maria Luiza, todas as linhas de pesquisa e produção relacionadas à tilápia são feitas a partir de um trabalho multidisciplinar que envolve diferentes departamentos da UEM. “Nós trabalhamos em parceria com o setor de engenharia de alimentos para a produção de farinha e com as equipes de histologia e de farmácia para fechar toda a parte da pesquisa relacionada ao biofilme”, explicou a professora.

    ranking-da-folha-confirma-excelencia-da-rede-estadual-de-ensino-superior-do-parana
    25-10-2024
    A Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem o melhor ensino do Paraná e ocupa a quarta posição na Região Sul, de acordo com a nova edição do Ranking Universitário da Folha de São Paulo (RUF), divulgado nesta semana. As universidades estaduais de Londrina (UEL), de Ponta Grossa (UEPG) e do Centro-Oeste (Unicentro) se destacam nos demais aspectos avaliados pelo levantamento do jornal, como pesquisa, mercado, inovação e internacionalização. O ranking analisou um total de 203 universidades de todo o Brasil, sendo 112 instituições públicas.

    No top 50 da classificação estão a UEM, na 24ª posição; a UEL, na 27ª; a UEPG, na 41ª; e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), na 50ª. A Unicentro figura na posição 88, seguida pelas universidades estaduais do Paraná (Unespar) e do Norte do Paraná (UENP), classificadas nas colocações 166 e 167. Na comparação com a edição anterior, a Unioeste melhorou o desempenho geral e conquistou seis posições.

    O reitor da Unioeste, Alexandre Almeida Webber, reforça o desempenho das instituições estaduais de ensino superior em rankings acadêmicos. “Esses levantamentos demonstram a qualidade das universidades estaduais do Paraná, que estão comprometidas com a interiorização do ensino superior, e consolidam o sistema de ciência e tecnologia no cenário de desenvolvimento local e regional”, afirma.

    Entre as 16 universidades paranaenses, públicas e privadas, elencadas no RUF 2024, a UEM, a UEL e a UEPG estão na segunda, terceira e quarta posições, nessa ordem, entre as mais bem avaliadas nos indicadores que analisam as iniciativas de pesquisa científica. A UEL, a UEPG e a Unicentro aparecem em terceiro lugar nos quesitos relacionados à inserção de profissionais no mercado de trabalho, às oportunidades de internacionalização e às ações de inovação, respectivamente.

    Para o reitor da UEM, Leandro Vanalli, o investimento em ciência tem relação direta com o desempenho das universidades nos diferentes rankings. “Os resultados dos rankings comprovam a importância dos investimentos que vem sendo realizados pelo Governo do Estado nas universidades em projetos com impacto regional e de transformação social, e também evidencia a excelência dos professores e servidores, além da capacidade dos estudantes”, destaca.

    METODOLOGIA – A metodologia compreende aspectos que constituem a atuação das instituições de ensino superior, atribuindo pesos distintos em cinco categorias, sendo a pesquisa e o ensino as mais influentes. Entre os fatores que compõem a pontuação estão a qualidade da formação acadêmica de professores e a quantidade de publicações científicas e de pesquisas desenvolvidas em parceria com cientistas estrangeiros.

    Para o pró-reitor de Ensino da UEM, Marcos Vinícius Francisco, esse reconhecimento é resultado de ações institucionais que fortalecem as técnicas pedagógicas. “Os resultados desses rankings universitários evidenciam uma atuação da universidade, a partir de uma relação natural entre o ensino, a pesquisa e a extensão e do trabalho desenvolvido por professores e estudantes, em articulação com as demandas da comunidade”, pontua o gestor.

    O RUF também utiliza os resultados de duas pesquisas de opinião realizadas pelo Datafolha, um instituto independente de pesquisas do Grupo Folha, do qual o jornal Folha de São Paulo faz parte. Essas pesquisas consideraram a percepção de docentes sobre o ensino e de empregadores sobre preferências de contratação.

    CURSOS – A rede estadual de ensino superior do Paraná também é destaque no ranking das 40 carreiras avaliadas pelo RUF 2024, somando 34 cursos no top 20, nas diferentes áreas do conhecimento. O curso de Agronomia da UEM e da UEL, por exemplo, são reconhecidos como 8º e 9º mais bem avaliados do Brasil. A dobradinha entre as duas instituições se repete em Zootecnia, com o curso da UEL em 10° lugar e o da UEM na 11ª colocação.

    A Estadual de Londrina tem mais 16 cursos em destaque: Artes Plásticas e Visuais (20°); Biologia (14°); Biomedicina (12°); Comunicação (20°); Design (18°); Educação Física (15°); Engenharia Civil (12°); Fisioterapia (16°); História (18°); Letras (15°); Matemática (13°); Medicina veterinária (10°); Odontologia (16°); Psicologia (14°); Química (19°); Serviço Social (16°).

    A UEM reúne outras seis graduações entre as mais bem avaliadas do país: Ciências Contábeis (19°); Educação Física (17°); Engenharia Química (11°); Matemática (17°); Medicina veterinária (19°); Odontologia (10°). A Unioeste conta com cinco curso no top 20: Ciências Contábeis (20°); Educação Física (19°); Farmácia (16°); Fisioterapia (17°); e Geografia (17°). A UEPG fecha a lista com duas graduações: Agronomia (17°) e Serviço Social (18°).

    Confira o desempenho das sete universidades estaduais no RUF 2024:

    pesquisadores-estudam-uso-de-composto-na-propolis-para-tratamento-de-cancer-de-mama
    21-10-2024
    Um projeto desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), apoiado pelo Programa de Pesquisa Universal (Básica e Aplicada) da Fundação Araucária, estuda o uso de um composto de origem natural encontrado na própolis brasileira para o tratamento de câncer de mama. O composto avaliado é o artepillin C, isolado em laboratório, já analisado em outras pesquisas que mostraram atividade anticâncer em linhagens celulares de câncer de próstata, fígado, cólon, pulmão, renal, oral, cervical, gástrico e na leucemia, com resultados promissores.

    A coordenadora do projeto e professora do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina da UEM, Vânia Ramos Sela da Silva, explica que estudos científicos mostram que o artepillin C apresenta importantes efeitos benéficos como ação antioxidante e anti-inflamatória, e por isso o seu efeito anticâncer também tem sido investigado.

    “Há poucos estudos sobre os efeitos do artepillin C em câncer de mama. Em nossa pesquisa usamos um modelo de cultura de células 3D, que é o modelo in vitro muito importante a ser utilizado nas pesquisas envolvendo o câncer, pois consegue representar maiores semelhanças com o tumor no organismo”, diz.

    Ela destaca que outras substâncias naturais e seus derivados são utilizados atualmente como agentes quimioterápicos. Além disso, alguns compostos naturais podem ajudar no tratamento de quimioterapia e radioterapia limitando os efeitos mais severos da terapia anticancerígena.

    “O artepillin C tem demonstrado promissora atividade em vários tipos de câncer e o nosso estudo tem mostrado atividade anticâncer deste composto também em células de câncer de mama. No entanto, estes resultados são ainda preliminares, e para ser usado efetivamente no tratamento para o câncer ele precisa passar por estudos clínicos, que serão essenciais para comprovar sua ação no organismo”, enfatiza Vânia.

    Sendo o câncer de mama o tipo mais comum da doença entre as mulheres em todo o mundo, sem considerar o câncer de pele não melanoma, é um importante problema de saúde pública que, segundo a coordenadora do projeto, requer a busca de novas estratégias de tratamento. “Por ser uma doença com tratamento limitado, com muitos efeitos adversos, e que nem sempre se obtém êxito, é de extrema importância a busca por novas estratégias que possam ser possíveis opções terapêuticas ou adjuvantes no seu tratamento”, afirma.

    PESQUISA EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE - A Fundação Araucária já fomentou 78 projetos relacionados à temática do câncer em vários de seus programas. Os recursos investidos nas últimas edições do Programa Institucional de Pesquisa Universal (Básica e Aplicada), que fomentou o projeto sobre o uso do artepillin C no tratamento do câncer de mama, vêm aumentado consideravelmente.

    Em 2021 foram destinados ao programa R$ 8 milhões, e na última chamada, lançada este ano, estão sendo investidos R$ 30 milhões pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e pela Fundação Araucária.

    “Este investimento é essencial para que as instituições de ciência e tecnologia do Paraná continuem a desempenhar um papel de protagonismo no cenário científico nacional, gerando conhecimento e inovação que impulsionam diretamente o desenvolvimento do nosso estado e refletem em benefícios para a população”, afirmou a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Araucária, Fátima Padoan.

    uem-esta-entre-as-quatro-estaduais-do-pais-que-mais-pesquisam-biodiversidade
    21-10-2024
    A Universidade Estadual de Maringá (UEM) está entre as quatro universidades estaduais do Brasil que mais pesquisam biodiversidade, segundo o ranking Top 30, publicado pela renomada editora acadêmica holandesa Elsevier, especializada em publicação científica mundial. Dentre as brasileiras da lista, apenas duas são paranaenses: UEM e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

    De acordo com o ranking, o Brasil se destaca entre os países latino-americanos. Das 30 universidades listadas, 22 são brasileiras, sendo 18 federais e quatro estaduais.

    A UEM figura como a única estadual da região Sul. Ela integra o grupo das estaduais com três de São Paulo: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A estadual paranaense aparece na 21ª posição entre as brasileiras mais bem avaliadas e em 28ª entre as universidades latino-americanas. O ranking é formado também por universidades da Argentina, Chile, Colômbia e México.

    CONHECIMENTO CIENTÍFICO - O reitor da UEM, Leandro Vanalli, afirma que a inclusão da Universidade no ranking confirma o importante papel da instituição na produção do conhecimento científico. “Estar ao lado de universidades de renome é uma conquista que reflete o empenho de nossa comunidade acadêmica, composta por docentes, pesquisadores e estudantes dedicados a produzir ciência de impacto global, especialmente em um tema tão relevante para a preservação da vida, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável”, disse Vanalli.

    “Este resultado nos incentiva a continuar investindo na pesquisa e na inovação, contribuindo para a preservação de nossa rica biodiversidade e para o avanço da ciência no Brasil. Nossa posição no ranking é, acima de tudo, uma vitória coletiva, e agradeço a todos que se empenham diariamente para o crescimento e a consolidação da UEM.”

    Para o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Maurício Reinert do Nascimento, o recente destaque da UEM neste ranking reflete o trabalho contínuo de seus grupos de pesquisa, como o Nupelia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura) e as iniciativas em agroecologia. Segundo ele, o relatório mostra como o Brasil está fazendo investimentos estratégicos em áreas fundamentais para o País, como a biodiversidade. “O Brasil é referência nessa área de pesquisa, e isso se deve, em grande parte, à nossa rica biodiversidade, que é uma parte importante de nossa identidade”, destaca.

    O pró-reitor ressalta, ainda, o fato de a UEM, como uma universidade do Interior do Paraná, se destacar ao lado de instituições relevantes no País e na América Latina. “O Nupelia, por exemplo, é uma referência não apenas no País, mas no mundo, e segue recebendo investimentos para expandir e aprofundar o conhecimento gerado aqui”.

    Luiz Felipe Velho, vice-coordenador do Lupélia, também enfatiza que este ranking coloca a UEM entre as mais famosas universidades estaduais e as principais federais do País, evidenciando sua produção científica na área de biodiversidade.

    “Temos vários grupos de pesquisa na UEM trabalhando com biodiversidade, mas, sem dúvida nenhuma, as quatro décadas de produção científica do Nupelia e as três décadas do Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, o PEA, têm contribuído enormemente para o estudo da biodiversidade, não só no Paraná, como também no Brasil e são os principais responsáveis por esse destaque da UEM nesta área.”

    Segundo ele, o PEA é um curso de pós-graduação em Ecologia com nota 7 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que tem focado seus estudos na Planície de Inundação do Alto Rio Paraná, e mais especificamente sobre a biodiversidade desse ecossistema. O vice-coordenador do Nupelia, ainda citou o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PBC) e o programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada (PGB) que realizam pesquisas em biodiversidade e colaboram para o posicionamento da UEM neste ranking.

    LONGEVOS - A coordenadora do Nupelia, Susicley Jati, avalia que o bom posicionamento da UEM na área é motivo de orgulho para os pesquisadores do programa e destacou vários projetos, inclusive dois longevos. “Um deles é o Projeto de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (Peld), financiado pelo CNPq, que está sendo desenvolvido há 23 anos. Além dele, outro que existe há mais tempo é o Monitoramento de Macrófitas Aquáticas, mantido em parceria com a Itaipu Binacional, que inspeciona os principais braços do reservatório no lado brasileiro desde 1995”.

    Susicley acrescentou que, em rede com outras instituições do Estado, os pesquisadores do Nupelia estão coordenando três estudos do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI): o de Serviços Ecossistêmicos, Taxonline e Emergência Climática. “Existem ainda outros projetos de biodiversidade que foram firmados diretamente com os pesquisadores, entre eles o Amazônia +10, da professora Evanilde Benedito, e o projeto Biocar, que relaciona biodiversidade com a produção de carbono do professor Roger Paulo Mormul.”

    RELATÓRIO ELSEVIER - No geral, o relatório revela o estado atual da pesquisa sobre a biodiversidade em todo o mundo, com ênfase na América Latina. Do total, 32% das pesquisas globais publicadas sobre biodiversidade são da Europa e 11% da América Latina, com Brasil e México liderando esse campo, representando 58% do total de pesquisas realizadas na região. Na classificação mundial, o Brasil é o quinto país que mais produz pesquisa na área, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Reino Unido e Alemanha.

    Na América Latina, o Brasil é responsável por 43,5% de todas as pesquisas sobre biodiversidade, seguido pelo México com 14,5%, Argentina com 9,8% e Colômbia com 7,7%.

    O relatório revela que, apesar de a América Latina ter uma presença relativamente pequena na produção científica mundial em números absolutos, sua contribuição para pesquisas sobre biodiversidade é três vezes maior que a média global. Em termos proporcionais, a região concentra muito mais esforços nesse campo, evidenciando a relevância do tema para a conservação da diversidade biológica.

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