Reitor da UEM ameaça pedir reintegração de posse se ocupação continuar
- O Diário do Norte do Paraná
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O reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Júlio Prates Filho, afirmou na manhã desta quinta-feira (1º), em entrevista coletiva à imprensa, que fará uma reunião com os estudantes que ocuparam a reitoria para buscar uma solução para o impasse. "Vou exigir que eles saiam. Caso isso não ocorra, vou até o Ministério Público pedir reintegração de posse, pois essa situação não pode continuar", disse.
Ele afirmou que recebeu uma contraproposta dos estudantes na noite de quarta-feira (31) e que pretende atendê-las. Entre os pontos estão a licitação de marmitas para os campi extensivos onde não há Restaurante Universitário (RU), negociação de prazos para a construção do novo prédio do RU no campus Maringá, além de aceleração de prazos para concluir obras já iniciadas e contratação de mais professores.
"Respeito o movimento e tenho consideração pelas reivindicações dos alunos. Eu sempre busquei o diálogo e acredito que não havia necessidade deles invadirem a reitoria, é um desrespeito à universidade", disse Prates Filho.
A reunião com os estudantes acontece às 13 horas no bloco da Pró-reitoria de Administração, onde a reitoria está funcionando provisoriamente.
Repúdio dos estudantes
Em entrevista à Rádio UEM FM, que permanece ocupada pelos
estudantes, um dos universitários considerou precipitada a decisão do
reitor em pedir a reintegração de posse.
"A negociação vem avançando e é descabido esse tom [de pressão] na
segunda etapa de negociação O pedido [de reintegração de posse] rompe o
processo de negociação que vem avançando e tenta criminalizar o
movimento
estudantil", disse.
Está agendado para sexta-feira (2), às 9h30, um ato em defesa da
educação pública. A concentração será em frente ao prédio da reitoria.
Sabotagem
O movimento de ocupação da Reitoria da UEM recolocou no ar a Rádio UEM FM, por volta das 14h30 de ontem. A reocupação da rádio fez com que Prates Filho convocasse uma comissão do movimento para comunicar que enviaria um ofício à Polícia Federal (PF) e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) avisando do fato.
O reitor classificou como "sabotagem" a tomada da rádio pelos universitários e disse que teve de levar o caso à PF e Anatel porque a UEM FM passa por processo de renovação de outorga e pedido de aumento de potência. "Estamos buscando a renovação desde 2003". Na quarta-feira, agentes da PF à paisana estiveram no câmpus.
Prates Filho afirmou também que os estudantes acampados no prédio não vão sofrer retaliações "desde que saiam hoje (quinta-feira) da reitoria".