O Laboratório de Piscicultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolve ao menos quatro grandes pesquisas com peixes. Uma delas é o congelamento de embriões. A instituição é pioneira nessa linha de pesquisa e está prestes a dominar a tecnologia. Os estudos estão em estágio avançado.
Por enquanto, os pesquisadores não conseguiram congelar permanentemente o embrião, mas é possível resfriá-lo, por 24 horas, a oito graus Celsius negativos. Dessa forma, já conseguiram resfriar embriões de quatro espécies de peixes: pacu, cascudo preto, curimba e piracanjuba, com taxa de nascimento acima de 30%.
Estamos muito empenhados em conseguir definir a técnica completa de congelamento, diz o professor do Departamento de Zootecnia, Ricardo Pereira Ribeiro, coordenador do projeto. A equipe está testando crioprotetores, que são substâncias que protegem os embriões durante o congelamento. A meta, agora, é encontrar a solução, a temperatura e o tempo de desenvolvimento ideais para que o ovo congele.
De acordo com o professor, os países de clima tropical levam vantagem nas pesquisas de congelamento de embriões. A explicação está na quantidade de gordura presente nas espécies. Em locais de clima frio, os peixes têm mais gordura, o que dificulta os experimentos, já que quanto maior a quantidade de gordura, mais difícil é a criopreservação.
As vantagens do congelamento de embriões, segundo ele, são grandes. Do ponto de vista ambiental, seria possível repor espécies de peixes que correm o risco de ser extintas. Ele cita o episódio ocorrido em 2000, quando 4 milhões de litro de petróleo vazaram no Rio Iguaçu, de uma refinaria, em Araucária. Algumas espécies de peixes endêmicas podem ter desaparecido.
O trabalho pode ser desenvolvido em áreas de risco. O pesquisador vai até o local, coleta os embriões e os armazena. Se a espécie desaparecer é possível inseri-la de novo na natureza. Também seria útil para a preservação de material genético.