De acordo com os meteorologistas, vários os fatores
contribuem para a intensidade do calor na cidade e em várias regiões do País nos
últimos dias.
Os termômetros subiram por causa de uma massa de ar quente
da região Central do Brasil (Estados de Goiás e Mato Grosso) que se expandiu e
alcançou o Norte do Paraná e todo o Estado de São Paulo (lá, com menos força
apenas no Vale do Paraíba, entre São Paulo e o Rio de Janeiro).
O
fenômeno traz as características térmicas daquela região para Maringá. Por outro
lado, as frentes extratropicais que estão se deslocando pela costa atlântica em
direção ao Nordeste barram a saída dessa massa quente.
Os sistemas
frontais promovem uma nebulosidade fina sobre nossa região, que funciona como um
obstáculo para o calor se dissipar. De repente, a atmosfera se comporta como uma
panela tampada no fogo.
O vapor que sobe, bate na tampa e volta,
aumentando a temperatura interna. Além do calor, não há ventos.
É por
isso que as pessoas se queixam, dizendo que está mais quente do que marca o
termômetro, explica a coordenadora da Estação Climatológica da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), Leonor Marcon da Silveira.
Uma das razões
prováveis para a ausência de ventos e agravamento do efeito estufa é o
desmatamento do cerrado da região de origem da massa de ar quente. Sem a
vegetação, substituída por áreas de plantio, a massa não tem barreiras e se
desloca a maiores distâncias.
A diferença entre termômetro e sensação
também acontece porque a medição é feita à sombra, forma considerada mais exata
pelos climatologistas.
Os recordes de temperatura registrados pela
Estação Climatológica da UEM em março ficaram com os anos de 2005 (37.6º C), de
2004 (36,3º C) e 2002 (35,8º C), respectivamente.
A previsão de
temperatura máxima para hoje, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná é de 36º
C, com mínimas de 22º C. A se confirmar, bateremos o ano de 2002.