Professores
das universidades estaduais do Paraná decidiram ontem entrar em greve
até que o projeto de lei de reajuste salarial da categoria seja aprovado
na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), sancionado pelo governo do
estado e publicado no Diário Oficial. Os sindicatos pedem que o governo
cumpra o acordo de equiparar o salário dos docentes com o dos
técnico-administrativos com ensino superior que trabalham nessas
instituições. A mobilização deve afetar os mais de 100 mil alunos da
rede estadual de ensino superior.
As datas de deflagração da
greve, decididas em assembleias sindicais realizadas ontem, são
diferentes em cada universidade. Na Universidade Estadual de Ponta
Grossa (UEPG), a greve começa hoje. Nas estaduais de Maringá (UEM), do
Centro-Oeste (Unicentro) e do Oeste do Paraná (Unioeste), a paralisação
será feita a partir do dia 21. E o dia 3 de setembro é a data programada
pelas universidades de Londrina (UEL) e do Norte do Paraná (Uenp).
500 servidores protestam em frente ao Palácio das Araucárias
Cerca
de 500 servidores públicos, filiados a 12 sindicatos, participaram
ontem de uma manifestação em frente ao Palácio das Araucárias, em
Curitiba. O número foi repassado pelos organizadores do protesto.
Organizado pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES), o ato começou às 13
horas e, em seguida, representantes das entidades se reuniram com a
Secretaria de Estado de Administração e Previdência (Seap). “Nós,
servidores, decidimos que vamos continuar em alerta até que tenhamos
resolvido todos os itens”, afirma Marlei Fernandes de Carvalho,
coordenadora-geral do FES e presidente da APP-Sindicato, que representa
os trabalhadores da educação pública do Paraná.
Dentre as
reivindicações, estão um novo modelo de atendimento à saúde dos
servidores e o pagamento das progressões por tempo de serviço. No caso
do magistério público estadual, as exigências são o pagamento das
parcelas de implementação do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN),
a renovação do plano de carreira dos funcionários de escola e um
reajuste de 8,59%.
“Como o governo não tem cumprido a sua palavra
desde o ano passado, decidimos parar até que seja confirmada a proposta
de reajuste de 31,73%, em quatro parcelas, até 2015, conforme acordamos
em março”, disse Jeaneth Stefaniak, presidente do Sinduepg, sindicato
que reúne os professores da UEPG.
Em março deste ano, depois de um
ano de negociações, o governo prometeu aos cinco sindicatos das
universidades estaduais enviar à Alep a proposta de reajuste até 1.º de
maio. Como a promessa não foi cumprida e a proposta só foi encaminhada
nesta quarta-feira, após a ameaça de greve dos docentes, os sindicatos
disseram ter perdido a confiança no governo e, em assembleias, decidiram
manter a greve até o cumprimento do acordo.
Os sindicatos
questionam ainda a justificativa dada pelo governo para a demora em
resolver o problema. Segundo o secretário estadual de Ciência e
Tecnologia, Alípio Leal, era preciso equacionar as contas do governo
para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) – o Tribunal de Contas do Estado confirmou que o governo
extrapolou os gastos com pessoal neste ano.
Os sindicatos
apontam, no entanto, que a categoria negocia com o governo há mais de um
ano, tempo suficiente para que separasse os recursos prometidos. “O
governo teve desde março de 2011, quando começamos a negociar, para
reorganizar as suas contas. Por que então ele firmou um novo acordo com a
categoria no início deste ano se não tinha como honrá-lo?”, questiona
Antonio Bosi, presidente da Adunioeste, sindicato dos professores da
Unioeste.
http://portalassis.com.br/noticias/item/1707-greve-nas-universidades-estaduais-come%C3%A7a-hoje.html