As greves dos servidores técnicos da Universidade Estadual de
Maringá (UEM) permanece em todos os campi da instituição. Em Umuarama, a
paralisação das atividades já completou 15 dias, sem que haja uma
previsão de seu encerramento.
Ontem (24), os servidores técnicos da UEM se reuniram em assembleia
para discutir a continuidade da greve. A medida foi aprovada pela
maioria. A sessão foi suspensa e houve a definição de realizar uma nova
reunião entre os funcionários na manhã de hoje (25) para decidir se a
paralisação das atividades prossegue. Também serão discutidas
estratégias de mobilização e formas de pressionar o governo a atender as
reivindicações dos trabalhadores. A assembleia será transmitida por
videoconferência ao campus de Umuarama.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em
Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Robison de Melo
Rodrigues, o movimento dos técnicos foi criminalizado pelo Estado, que
apontou a necessidade de 70% dos funcionários efetivos retomarem as
atividades regulares a partir dessa semana, indicando também a
ilegalidade do movimento. “A notificação sobre a problemática encontrada
pelo Governo Estadual foi enviada ontem (24) ao sindicato. A intenção
do Estado é que 60% dos servidores e 10% dos cargos de confiança retomem
suas tarefas, diminuindo o número de funcionários incluídos nas ações
grevistas, conseguindo assim, finalizar as nossas paralisações por meio
dessa atitude”, relata Rodrigues.
A falta de manutenção dos banheiros, corredores, salas de aulas,
refeitórios e a limpeza geral dos ambientes públicos da Universidade é
um dos agravos encontrados no local, em decorrência da greve. Além
disso, com a paralisação dos técnicos, os laboratórios utilizados para
as aulas práticas de diversas graduações da instituição estão sem o
acompanhamento dos servidores, sendo manuseados somente pelos docentes,
com o apoio dos acadêmicos. Os alunos da UEM não podem nem ao menos
recorrer ao auxílio dos livros didáticos na biblioteca do campus, pois o
local se encontra com as portas fechadas, com cartazes indicando a
greve geral.
Aproximadamente 100 funcionários estão de braços cruzados durante
todo este período, um total de 97% dos servidores da Universidade. Isso
traz uma queda na qualidade de ensino e na elaboração e prática de
algumas disciplinas que dependem exclusivamente dos laboratórios, como
os cursos ligados à área de Engenharia e Medicina Veterinária.
REIVINDICAÇÕES
Os servidores da UEM pedem a aprovação de um plano de cargo,
carreiras e salários adequado à categoria, contendo algumas melhorias em
cada função, como a volta do vale transporte e horas extras, sendo que
alguns benefícios foram excluídos durante as negociações.
Outra questão imposta pelos servidores é a implantação de novos
equipamentos e materiais de trabalho nas áreas de ensino, pesquisa,
extensão, cultura, prestação de serviços, incluindo o Hospital
Universitário em Maringá e melhorias na área administrativa.
Para o setor de limpeza e manutenção, a recomendação técnica é de que
cada trabalhador dessa área assuma um limite de 600 m². Hoje, cada
servidor se tornou responsável por 1.558m², aumentando 160% o serviço
dos zeladores.
Além disso, um reajuste salarial está incluído na pauta de negociações.