A senadora Gleisi Hoffmann
(PT) enfrentou protestos depois de deixar a Casa Civil. Pré-candidata
ao governo do Paraná, Gleisi ministrou uma aula magna aos estudantes da
Universidade Estadual de Maringá (UEM) nesta sexta-feira (14). O evento fez parte da Calourada, evento organizado pelo diretório estudantil.
Acompanhada do deputado estadual Enio Verri (PT), a
senadora chegou à UEM às 19h30, onde concedeu entrevista à imprensa
antes do evento. Enquanto falava com os jornalistas, um grupo de
estudantes surgiu com cartazes nas mãos, gritando: "Eu quero mais
dinheiro para saúde e educação, da Copa eu abro mão". Os cartazes tinham
dizeres contra o agronegócio, pela demarcação das terras indígenas e
contra a criminalização dos movimentos sociais.
Gleisi não respondeu aos manifestantes, que permaneceram na entrada
do auditório durante a palestra que ela proferiu para cerca de 500
pessoas, entre estudantes, professores e políticos de Maringá e região.
Verri, que falou antes da senadora, disse que entendia a
manifestação. "Também já fui estudante e no tempo da ditadura, quando
não se podia se manifestar", disse. Os estudantes reagiram com vaias.
Gleisi, que falou por 30 minutos, destacou os principais programas dos
governos Lula e Dilma. No final, houve tempo para perguntas da plateia.
Uma delas questionou o impasse na liberação de recursos do governo
federal para o Paraná.
A petista voltou a negar que a União discrimine o Estado. "O problema
era o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, que o atual governo não
vinha cumprindo", afirmou. "É a primeira fez que vi isso acontecer com o
Paraná."
Escoltada por lideranças petistas, a senadora deixou o evento às
20h30. Na saída do auditório, estudantes voltaram a pedir investimentos
na saúde e educação. A estudante de ciências sociais Thais Pimentel, 26,
uma das líderes do grupo, disse que a manifestação reflete o
descontentamento dos estudantes. "Para nós, PT e PSDB são incapazes de
promover as mudanças que o Brasil precisa", afirmou.