A
proposta de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações
Financeiras (CPMF) pode aumentar ainda mais a inflação. O economista
Joilson Dias, professor doutor da Universidade Estadual de Maringá,
explica que o novo tributo terá impacto direto na demanda inflacionária
porque vai provocar aumento de preços de mercadorias e serviços. ''A
inflação cairia se os gastos do governo fossem reduzidos porque
investimentos nas áreas onde há necessidade efetiva provocaria menos
demanda da sociedade'', explica.
Ele acrescenta que o País teve uma sobrecarga de impostos nos
últimos anos e que a suspensão da CPMF foi uma ''decisão inteligente''
do Congresso Nacional. ''Esse novo imposto irá, mais uma vez, tirar
dinheiro da população e transferir para o governo. A União tem sobra de
caixa e esses recursos estão sendo usados para investimentos
desnecessários'', argumenta. Na sua avaliação, o governo terá que
adotar o mesmo procedimento já usado por pessoas e empresas: a
eficiência. ''O governo é o único ineficiente nesta história toda, que
só gera despesas e requer mais recursoss'', observa.
Uma prova da ineficiência do governo, segundo ele, é o recente
aumento de salários e a criação de novos cargos de comissão. ''No
futuro a máquina do governo vai ficar insustentável para a sociedade'',
afirma Dias. Segundo ele, atualmente, a carga tributária é de cerca de
36%, enquanto o ideal seria 25%. ''O governo já está impondo à
sociedade um pagamento pelo crescimento da economia'', avalia. Segundo
ele, a população deveria dar um basta e agir com rigor para impedir a
criação de um novo imposto. (F.M.)
Imposto pode aumentar inflação
- Folha de Londrina
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