De janeiro a maio, a arrecadação de ICMS do Paraná cresceu 14%, para R$ 4,6 bilhões, na comparação com mesmo período do ano passado. A previsão inicial era de um aumento de 8%, mas vamos rever a estimativa para esse ano, já que a atividade econômica está muito forte. Não víamos um crescimento desse porte desde 2004. Nos municípios, o movimento se repete, com avanços que superam 100% em quatro anos. Colorado, no Norte do estado, aumentou em 132% a arrecadação gerada de ICMS, para R$ 24,2 milhões entre 2003 e 2007.
Em Maringá, também no Norte, os números da arrecadação municipal na forma do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) mostram que o aumento foi considerável. Em 2003, o valor recolhido superou os R$ 20 milhões. No ano passado, a arrecadação do ISSQN fechou acima dos R$ 38 milhões e a previsão para este ano é de que seja ainda maior.
O economista e diretor executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), João Celso Sordi, lembra que a cidade, apesar de ter sua economia vinculada principalmente à prestação de serviço, ao comércio e à indústria, depende muito do setor primário, ou seja, da produção agrícola. O agronegócio nesse sentido, é o principal fornecedor de matéria-prima, o que acaba impactando nos demais setores.
Em Campo Mourão (Noroeste), a previsão é de que a arrecadação total cresça 20% e as receitas correntes avancem 10%, segundo Altair Casarim, secretário da Fazenda. O município prevê que a arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) atinja R$ 5,5 milhões e supere o recorde de 2004 (R$ 4,1 milhões). A diferença é que em 2004 o crescimento foi puxado pelo Refis (programa de recuperação fiscal). Agora é pelo crescimento.
Políticas públicas
Se por um lado o rápido crescimento das cidades do interior vem ajudando a aumentar a arrecadação, por outro o progresso desafia políticas públicas na área de infra-estrutura. Cidades como Cascavel e Londrina, por exemplo, começam a apresentar problemas típicos das grandes capitais, como congestionamento de trânsito em horários de pico e aumento da demanda na área de saúde. A demora na condução de políticas públicas para suportar o crescimento pode limitar a velocidade do desenvolvimento, alerta Alexandre Florindo Alves, professor do departamento de economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A economia vai na frente, mas é necessário que o poder público se antecipe à demanda futura.