Deputado diz que questionamentos foram motivados pela disputa eleitoral deste ano
O advogado dos vigilantes, Peterson Razente Camparotto, entrou até agora com 16 ações no Juizado Especial Cível de Maringá, após constatar que pelo menos 80 vigilantes da Divisão de Segurança da UEM aparecem como doadores de recursos para a campanha. As informações indignaram os vigilantes que afirmaram jamais terem colaborado com a campanha do deputado, cuja base eleitoral é Londrina. Naquele ano, Vargas declarou à Justiça Eleitoral receitas de doação de R$ 304.874,14. Os supostos laranjas aparecem como doadores de valores entre R$ 90 e R$ 180 para a campanha o salário de um vigilante da UEM não passa de R$ 1 mil.
Por nota oficial, Vargas afirmou que as informações enviadas à Justiça Eleitoral foram aprovadas e não foram questionadas em 2006, quando disponíveis publicamente. Destaque-se que os questionamentos vieram à tona às vésperas do processo eleitoral.
As informações sobre as contas do petista estão no site Às Claras (http://www.asclaras.org.br), vinculado à Transparência Brasil. Segundo o site, os dados que abastecem a publicação são fornecidos pelos próprios candidatos à Justiça Eleitoral.
Usaram dinheiro sujo e envolveram os vigilantes da UEM. É abuso do poder econômico porque nunca doaram. Quero ver como vai provar, afirmou o advogado.
O deputado tratou como um equívoco a inclusão dos nomes e CPFs dos vigilantes como doadores: Em que pese a declaração oficial da Justiça sobre a regularidade das informações, tomou-se conhecimento de equívocos cometidos pela organização do evento de campanha, realizado em Maringá em 25 de setembro de 2006. Segundo a nota, os equívocos se restringem no erro da assessoria técnica da campanha no lançamento dos servidores como participantes do evento, os quais, por exigência formal da Justiça Eleitoral, foram nominados como doadores de campanha.
A audiência para uma das ações é no dia 26 de junho. Nos processos, o advogado pede uma ação declaratória condenatória para a retirada dos nomes dos vigilantes do site e indenizações por danos morais de R$ 16,6 mil. O curral eleitoral do tal deputado é Londrina. Certamente que alguém infiltrado na UEM forneceu os nomes e os CPFs deles, o que é gravíssimo, aponta Camparotto. O advogado disse-se sensibilizado porque os vigilantes são pessoas simples que tiveram os nomes e dados usados indevidamente. Na sequência, afirma, acionará a Justiça Eleitoral para que também investigue a suspeita de fraude. O nome é parte de um patrimônio moral pessoal que não pode ser usado por um terceiro de forma fraudulenta, acusa o advogado.
A assessoria de imprensa da UEM informou que a universidade ainda analisa a possibilidade de abrir uma sindicância interna para apurar o vazamento dos dados dos servidores.