Sem o retorno das outras instituições de ensino procuradas pela reportagem para esclarecer a quantidade de profissionais que cada uma preparou para o mercado de atividades jornalísticas, o editor prioriza somente a atenção dada pelo curso de Comunicação e Multimeios oferecido desde 2011 pela Universidade de Maringá. Segundo a coordenadora do curso, Profa. Ana Cristina, o profissional de comunicação formado pelo currículo oferecido pelo curso, será capaz de compreender a comunicação humana em diferentes perfis, integrados e interdependentes.
Com formação de 30 alunos/ano, o conteúdo ainda mostra mais pragmatismo aos interessados que compreenderá os meios de comunicação como algo que se manifesta não apenas nos meios tradicionais, mas também outros, manifestos através de outras formas de expressão – cinema, artes plásticas, música, culturas digitais, etc; vistos não como influências vagas na produção da comunicação contemporânea, mas como elementos constitutivos básicos dos processos que a produzem.
Há outras formas de entendimento. O egresso do curso de Comunicação e Multimeios combinará habilidades relativas tanto aos meios disponíveis quanto às interseções que se formam entre suas fronteiras, cada vez mais fluidas no contexto contemporâneo. No histórico do curso há a assertiva que que sem a comunicação celular e entre espécies não existiria vida.
Sem nossos órgãos dos sentidos, que são expostos a incontáveis mediações em relação a outros seres e objetos, não poderíamos pensar o mundo ou representá-lo. Sem os meios de comunicação, que a partir do século XIX incluem fotografia e, a partir do XX, cinema, televisão e informática, "não poderíamos sequer falar em 'sociedades'", segundo a visão de Etienne Samain na apresentação do livro "A Nova Comunicação".
Se a preocupação com estudos sistemáticos sobre os fenômenos de comunicação remonta a longa data, é somente no século XX, a partir do impacto dos chamados meios de comunicação de massa, que tais estudos ganham legitimidade. Segundo Lucia Santaella, o livro e o jornal foram precursores, mas foi a partir do rádio e da televisão que a comunicação se instituiu como área de conhecimento com certa autonomia.
Segundo a pesquisadora Rosa Maria Costa, o desenvolvimento e a expansão dos cursos de Comunicação Social no Brasil foram marcados pela "pressão do fenômeno da indústria cultural, pela explosão dos cursos privados no ensino superior e pela ausência de uma articulação entre teoria e prática numa área cada vez mais marcada pelas inovações tecnológicas e pela especialização profissional."
Tal ampliação não apenas reproduziu as desigualdades regionais no ensino de comunicação como também intensificou a concentração do ensino de comunicação social em habilitações já tradicionais de ensino e profissionalização, ou seja, Jornalismo; Relações Públicas e Publicidade e Propaganda. Com menor oferta, outras três habilitações conquistaram espaço nas grades curriculares: Teledifusão e Radialismo, Produção Editorial e Cinema.
No Paraná, a universidade federal (UFPR) foi pioneira na formação de jornalistas, ofertando o curso de Comunicação Social desde 1964, inicialmente atrelado à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Nos anos 70, a UFPR promoveu mudanças na oferta de habilitações, incorporando ao curso de comunicação as especializações em Relações Públicas e Publicidade e Propaganda.
Na capital, o curso de Comunicação Social da UFPR somente ganhou um concorrente em 1974, quando a Pontifícia Universidade Católica (PUC) passou a ofertar o curso. Como descreve Rosa Maria Costa, por cerca de 15 anos esses permaneceram sendo os únicos cursos de formação na área na capital. No Estado, além da universidade federal, outras duas instituições públicas de ensino superior passaram a oferecer, durante as décadas de 1970 e 1980, a formação em Comunicação Social: a Universidade Estadual de Londrina, oferecendo as habilitações de Jornalismo e
Relações Públicas a partir de 1974 e a Universidade Estadual de Ponta Grossa, cujo início de atividades data de 1985. No caso desta última, apenas uma década após sua abertura pode-se constatar um investimento efetivo na sua estruturação, com investimento em infraestrutura e na qualificação de profissionais
Para que tal qualificação ocorresse, a pesquisa passou a ser encarada como um fator fundamental. Foi também nos anos 90 que a grade curricular do curso de Comunicação Social da UFPR sofreu mudanças significativas no sentido de promover maior especificidade de formação na área. A década seguinte foi acompanhada de maior qualificação e especialização dos docentes no curso, então formados mestres e doutores em comunicação.
Apesar do fortalecimento da produção de teoria e pesquisa na área de comunicação nos cursos do Paraná, esse ainda é o aspecto mais frágil do campo da Comunicação Social no estado. De forma geral, os cursos criados se definiram mais por práticas de reprodução e aplicação do conhecimento do que de produção científica.
Nos anos seguintes, a Universidade Estadual do Centro-Oeste passa a ofertar no campus de Guarapuava o curso de Comunicação Social nas habilitações de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Em 2005, o governo do Estado promove a abertura da Escola Sul Americana de Cinema e TV do Paraná, em Curitiba, oferecendo o primeiro bacharelado em audiovisual na região.
Há uma lacuna dentre os cursos oferecidos pela UEM. As universidades federais oferecem cursos na área de comunicação desde a década de 1960; as estaduais do Paraná, desde a década de 1980. No último concurso vestibular promovido pela FUVEST, três dos cinco cursos mais disputados são da área de comunicação. Na UEPG, a disputa pelo curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo é de 14 candidatos por vaga, isso em curso integral.
Já houve desejo e trabalho no sentido de criar o curso em nossa instituição, porém sem sucesso. Agora, urge responder a um contexto de valorização do profissional de comunicação, com demandas não atendidas pelas faculdades particulares regionais, demanda reconhecida no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Assim, o CCH nomeou uma comissão para elaborar o projeto pedagógico do curso de Comunicação – portaria 004/2007. Os trabalhos iniciaram em agosto de 2007, seguindo por todo o semestre e adentrando 2008.
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