Estudante de 13 anos teve a segunda maior pontuação do Brasil para alunos de 6º e 7º ano
A OBM contou com 564 mil participantes e revelou Artur Ávila, que recebeu o 'Nobel da matemática'
João Lucas Foltran Consoni, 13 anos, é o primeiro maringaense a
conquistar uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática
(OBM). O prêmio máximo foi concedido a 20 participantes na competição e
João teve a segunda maior pontuação do Brasil no nível 1, para alunos de
6º e 7º ano do ensino fundamental. Foram 564 mil inscritos.
A
competição foi a mesma que revelou ao mundo o matemático carioca Artur
Ávila, o primeiro brasileiro a receber a Medalha Fields, considerada o
Nobel da matemática, este ano.
João Lucas se preparou para a OBM
em um projeto da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que reúne
talentos da matemática. O Treinamento Intensivo em Matemática Elementar
(Time) está no primeiro ano. Os alunos têm aulas aos sábados com quatro
professores da universidade. "No ensino tradicional, os alunos têm o
conteúdo e fazem os exercícios, e no projeto o conteúdo é apresentado de
forma rápida e sucinta e o aluno é levado a resolver problemas",
compara o professor Thiago Ferraiol, doutor em Matemática pela Unicamp.
Foi
a primeira vez que João, aluno do 7º ano de um colégio particular de
Maringá, participou da olimpíada. A escola inscreveu outros estudantes,
mas ele foi o único que avançou para a última etapa, que aconteceu em
novembro. Os nomes dos melhores colocados foram anunciados este mês.
João se preparou para a competição um mês e meio antes das provas. "A
medalha de ouro foi uma surpresa para mim. Como foi a primeira vez que
fiz, não esperava a medalha porque todo mundo falava que era difícil."
João também ganhou ouro na Olimpíada de Matemática de Maringá e Região,
realizada em novembro com 300 participantes de ensino fundamental e
médio.
O garoto diz que, além da dedicação aos estudos, o apoio
dos pais foi determinante para a conquista. "Eles me apoiaram, deram
confiança e incentivo para participar." Para Ferraiol, um dos
professores de João, a presença da família é essencial. "Algumas pessoas
têm talento natural, mas sem incentivo ele não aflora. Tem que ter
participação da família."
Na edição deste ano, todos os
medalhistas foram convidados a participar da Semana Olímpica, em
janeiro. Os que receberam medalhas de ouro, como João, terão todas as
despesas pagas para o ciclo de estudos, que ocorre em São José do Rio
Preto.
SAIBA QUE
A OBM é realizada desde 1979 e procura estimular o
estudo da matemática, identificar e apoiar estudantes com talento para a
pesquisa científica e selecionar equipes para representar o Brasil em
competições internacionais.
INÉDITO. João Lucas: "Como foi a primeira vez que fiz, não esperava a medalha ". —FOTO: ARQUIVO PESSOAL
http://digital.odiario.com/cidades/noticia/1254001/maringaense-e-ouro-na-olimpiada-brasileira-de-matematica/