O projeto da administração municipal de rasgar o campus da UEM para passar com a Avenida Herval acaba de esbarrar num obstáculo de respeitável estatura, intransponível eu diria. Falo das consequências percebidas tardiamente pela Comunidade Acadêmica, graças à atuação da Comissão de Elaboração do Plano Diretor da Universidade de Maringá, ou seja, a subtração de áreas pertencentes à instituição. Dos originais 85 alqueires só restam 50 alqueires, o que aliás, foi objeto de reportagem de capa desse O Diário há pouco tempo. Num português bem claro: garfaram 43% do terreno destinado ao campus. Quem garfou e de que forma a tungagem se deu nem vem ao caso. Até porque , isso é obra de várias gestões , a maioria delas atuando com foco no mercado imobiliário, o que por si só, explica verdadeiros crimes de lesa-patrimônio histórico, como foi o caso das velhas estações Ferroviárias e Rodoviária. As duas, é bom que se diga, foram colocadas no chão por membros da família Barros – primeiro Ricardo e depois, Silvio.
No caso específico da UEM, a comissão do Plano Diretor levantou documentos que provam que aquela área da Vila Olímpica (menos o estádio) fora destinada pela Companhia Melhoramentos à Universidade Estadual de Maringá. Ali funcionaria sim um grande complexo esportivo, mas voltado todo ele à estrutura do curso de Educação Física, reconhecido pelo MEC já se vão bons anos, devido exatamente à disponibilidade que a instituição tinha daqueles 50 mil metros quadrados.
A partir de agora, independente da negociação que a Reitoria fizer com o prefeito, a Comunidade Acadêmica deve se levantar contra o encolhimento do terreno do campus universitário. E podem apostar: vai brigar pela reintegração ao patrimônio da instituição de tudo aquilo que lhe pertencia. O alvo principal, claro e evidente, é a Vila Olímpica, cantada em prosa e verso por Ricardo Barros que, gozando de muita influência nos governos FHC e Lula, viabilizou projetos que acalentava há anos a sua visão megalômana de político de resultados.
Depois dessa descoberta da Comissão de Elaboração do Plano Diretor da UEM, duvido que o prefeito Pupin, ainda que forçado pela sua eminência parda (o Rasputin sem barba), consiga retomar o debate da tranposição do campus. A transposição, portanto, já era. Aposto um doce de puba e uma buchada de bode.