Vi há pouco um vídeo sobre a noite de violência no campus da UEM. As cenas são deprimentes e a maneira como a guarda da UEM tratou os estudantes revela duas coisas: despreparo total do sistema de segurança da instituição e falta absoluta de capacidade política da administração da Universidade para lidar com situações previsíveis. O campus, claro, é um espaço público, embora seja preciso reconhecer a necessidade de professores e alunos respeitarem regras de ocupação. Mas existem essas regras? Se existem, elas não podem ser impostas pela repressão.
Foi um fato isolado, mas a agressão física a alunos está criando na
cidade um clima ruim para a nossa UEM. A reitoria precisa encontrar uma
saída urgente para minimizar os estragos, que afetam muito mais a
instituição do que seus gestores. Não vi ainda o reitor Júlio Santiago
se manifestar publicamente sobre o episódio, reconhecendo que houve
excesso e que os excessos precisam ser apurados e seus responsáveis
punidos. Muito menos houve da parte dele um gesto de humildade, no
sentido de se desculpar publicamente com os estudantes e de chamar as
lideranças estudantis para uma conversa sobre o episódio, até como forma
de prevenir novos enfrentamentos.
Uma dose de humildade e uma pitada de bom senso (dos dois lados) faria
muito bem à Universidade Estadual de Maringá neste momento.