Diariamente, ao menos uma pessoa é flagrada consumido drogas, em especial maconha, no campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A informação é da divisão que cuida da vigilância. Pouca presença de policiais, que somente podem atuar no local com autorização da Reitoria, é apontada como um dos fatores para a grande presença de usuários.
Uma acadêmica de 22 anos afirmou que já fumou maconha na UEM à noite, e admitiu ser esta uma prática comum também durante o dia. Ela contou que nunca foi abordada por um dos vigilantes, mas que vários amigos foram repreendidos.
“Os guardas agiram de forma rude. Não chegaram a bater, mas os pegaram pelo braço. Ninguém foi levado para a delegacia. Não deu em nada. Teve uma vez que um amigo precisou entregar o Registro Acadêmico (RA) para o guarda, mas não aconteceu nada de mais grave. Também não chamaram a polícia. Aliás, nunca vi a polícia dentro do campus”, disse.Outros estudantes lamentaram a ausência de policiais. “Se qualquer pessoa pode andar pela UEM, os policiais também deveriam”, opinou um deles. “Fico um pouco constrangida, e às vezes evito os locais onde eles (usuários de drogas) estão”, destacou outra acadêmica.
De acordo com o chefe da Divisão de Segurança da UEM, Marcos Antônio dos Santos, a quantidade de usuários aumentou após 26 de abril, quando um posto avançado da Guarda Municipal foi instalado na Vila Olímpica. “Os que fumavam naquela região se deslocaram para o campus. Eles sabem que a polícia precisa de autorização para entrar aqui. Isso mostra que o perfil do usuário no campus não é formado somente por acadêmicos”, constata.
O efetivo policial somente entra na instituição com consentimento do reitor, em função da autonomia administrativa da universidade. O trabalho de fiscalizar os que usam maconha na UEM é de responsabilidade de 60 vigilantes, que se revezam em três turnos. “Rondas com motocicletas dão suporte aos guardas que trabalham a pé”, acrescenta Santos.
Atrás do Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi) e nas proximidades dos campos de futebol são os locais prediletos dos usuários, de acordo com ele. “Assim que abordamos alguém usando ou vendendo drogas efetuamos a apreensão do material e do indivíduo, que é levado à Central de Vigilância. Se for caracterizado consumo, ele é liberado. Mas se percebermos que se trata de tráfico, acionamos a polícia com a permissão do reitor. Nunca agimos com violência”, garante.
Um dos guardas, Isaías Fernandes, reforça que não são apenas os acadêmicos que consomem entorpecentes no campus. Ele assegura que alunos com uniformes de colégios da região e pessoas dos bairros próximos, rotineiramente, são identificados.
Para fazer qualquer tipo de
denúncia, basta ligar para
o Disque-Denúncia da UEM:
0800-643-4278
Independente de onde são, o vigilante confirma que estão em grande número. “Em 2 horas e meia de trabalho identifico ao menos oito indivíduos utilizando maconha ou crack”, calcula.
Isaías recorda, inclusive, que uma vez teve que lidar com uma criança de 11 anos que consumia drogas no campus. “Quando o usuário é menor de idade, o procedimento é localizar os pais”, relata.
Segundo a Divisão de Segurança da UEM, mais guardas devem ser contratados e câmeras de monitoramento serão instaladas em todos os departamentos, porém, ainda sem data definida.
http://www.odiario.com/zoom/noticia/751837/flagrantes-de-usuarios-na-uem-sao-diarios/