O Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindprol/Aduel) realiza nesta terça-feira (14), a partir das 19h30, um debate sobre Autonomia Universitária. Os ex-reitores da UEL, Jorge Bounassar e João Carlos Thomson e o ex-procurador jurídico Antônio Baccarin vão comandar a discussão, que será realizada no Anfiteatro do CESA.
De acordo com o diretor de comunicação do Sindiprol/Aduel, Evaristo Colmán, a intenção do evento é discutir as estratégias para a defesa e reestabelecimento da autonomia UEL. O debate é uma resposta ao decreto 7.599 do governador Beto Richa (PSDB). O documento limita as atividades administrativas da instituição.
Colmán apontou que a discussão será aberta a comunidade e que os debatedores devem contar um pouco de suas experiências de enfrentamento às imposições do Estado. Inclusive, o ex-procurador jurídico da UEL é autor da ação que estabeleceu o acórdão em 1992 garantindo autonomia para a UEL e a Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Para o diretor do Sindiprol/Aduel, o decreto baixado pelo Governo torna as universidades uns pêndices do governo. "A capacidade interna de funcionamento e administração vai se perdendo. Se fosse assim não haveria a necessidade de termos um reitor, um Conselho Universitário, os departamentos e toda a estrutura universitária", explicou.
Parra & Alegre
Ex-reitores da UEL, em Londrina, participarão de debate
Colmán citou que uma das atividades que deverá ser cortada pelo governo é a elaboração de folha de pagamento dos servidores da UEL, que passará a ser rodada em Curitiba. O professor ainda criticou o posicionamento da atual reitoria da universidade.
"Na prática vem demonstrando que não resistiu ao decreto. Não houve nenhuma ação e nem denúncia política. Inclusive o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Alípio Leal, chegou a dizer que todos os reitores foram unânimes em não constestar a questão da folha de pagamento. Na medida que a instituição não se fortalece o governo vai crescendo", declarou.
Além da folha do pagamento, o decreto prevê que atividades como licitações, aplicação de direitos previstos do magistério superior, a ascensão de carreita, do TIDE e a realização de concurso público, que hoje são executadas pela UEL, deverão passar por aprovação prévia de um Conselho de Gestão Administrativa e Fiscal do Estado.