O Plano de Manejo do Horto Florestal de Maringá
apresenta análises da flora, mamíferos, répteis e anfíbios, aves e
peixes, mas não inclui informações sobre os insetos. A constatação é
do professor-doutor Helio Conte, do Departamento Biotecnologia,
Genética e Biologia Celular
Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Favorável à recuperação e abertura da reserva, o coordenador do Laboratório de Morfologia e Citogenética de Insetos da UEM considera que há uma grande riqueza de espécies da entomofauna no horto que merecem ser estudadas.
"Defendo que o plano de manejo seja aprovado, mas que se coloque uma observação para que os insetos presentes na reserva também sejam estudados", diz. Segundo ele, com o parque em funcionamento seria mais fácil estimular os estudantes a pesquisar essas espécies."É preciso levar em consideração que há mais diversidade dentro do horto", observa. Conte destaca que os maringaenses não sabem, por exemplo, qual é a borboleta que ocorre com maior frequência no horto e nos outros parques de Maringá.
"Não temos registros oficiais", diz. No entanto, o pesquisador acredite que a borboleta-da-couve (Ascia monuste orseis) seja a mais comum na reserva. "Temos necessidade de conhecer a nossa biodiversidade, a nossa entomofauna, os insetos típicos de Maringá."
O pesquisador destaca que o grupo dos insetos é o mais numeroso e mais diverso do globo terrestre e fazem a diferença em ecossistemas. "Os insetos desempenham importante papel como predadores, parasitas, fitófagos, polinizadores, entre outros. São responsáveis pela regulação de populações de plantas e outros animais, pois mantêm diversas interações ecológicas", aponta.
Conte diz que a análise sobre os insetos sempre desperta o interesse dos estudantes, desde o ensino fundamental, mas é preciso avançar nos estudos.
"O conhecimento destes animais, bem como suas relações com o meio ambiente, fornece subsídios para o seu manejo e, consequentemente, para a manutenção das populações em níveis desejáveis", ressalta.