A socióloga e pesquisadora Marivânia Conceição de
Araújo conta que antes de ingressar na Universidade Federal do Rio de
Janeiro, onde se formou em Ciências Sociais, exerceu diferentes
atividades, pois os pais eram trabalhadores com salários modestos.
Ela é professora-doutora do Departamento de Ciências Sociais da UEM e
diz que não foi fácil chegar a esse ponto. "Quando se é mulher, negra e
de família humilde, as dificuldades são maiores. O esforço para
alcançar o que se quer tem de ser muito grande", considera.
Em nome da profissão, Marivânia adiou planos, inclusive a maternidade. "Eu precisava investir meu tempo, dinheiro e atenção na minha carreira profissional porque só eu mesma podia me dar o que eu queria."
Ela conta que no serviço público a discriminação de gênero acontece menos e considera o fato que o magistério tem tradição em concentrar profissionais do sexo feminino. "Mas noto que as mulheres estão em menor número nos cargos de direção ou chefia."
Na avaliação dela, as mulheres ainda precisam lutar pelos direitos. "Nossa sociedade ainda é marcada pela discriminação e pelo preconceito direcionados às mulheres que não agem de acordo com as normas pautadas pelo machismo, pela heteronormatividade, pela religiosidade ou pela moral da maioria."
http://www.odiario.com/zoom/noticia/730094/so-eu-podia-me-dar-o-que-queria/