Falta de guias rebaixadas, elevadores e rampas de acesso a andares superiores, degraus entre prédios de níveis diferentes, sanitários sem adaptação e rampas sem corrimão. As barreiras dentro da Universidade Estadual de Maringá (UEM) continuam gerando reclamações de deficientes físicos que estudam ou frequentam diariamente a instituição.
O cadeirante e estudante do último ano de Ciências Sociais, Anderson Rodrigues, afirma que desde que entrou na UEM reivindica melhorias de acessibilidade no campus.
Ele cita a ausência de elevadores em blocos mais antigos e a falta de adaptação nos sanitários como os problemas que mais dificultam sua locomoção. "Hoje em dia está razoável, mas aquém do ideal. Ficamos quatro anos reivindicando até conseguir algum avanço."
O número de alunos deficientes na graduação é pequeno. A UEM informa que apenas 13 estão cadastrados em 2012. Porém, há casos de pessoas que frequentam o campus e encontram dificuldades na hora de se locomover.
A operadora de telemarketing, Erondina Correa reclama da presença de "barreiras arquitetônicas" como, por exemplo, um corrimão nos portões de acesso de pedestres que impede a passagem dos cadeirantes.
Ela afirma que é praticamente impossível transpor o portão sem ajuda de terceiros por causa do obstáculo. "Já até me machuquei quando cai tentando passar de um lado para o outro. Já reclamei, mas foram feitas promessas que acredito terem caído no esquecimento. Isso faz mais de dois anos", diz a mulher que há 30 anos sofreu um acidente e até hoje precisa da cadeira de rodas para se locomover.
A reclamação de Khelly encontra respaldo de outros deficientes que já procuraram o Centro de Vida Independente (CVI) de Maringá, que atua para promover a melhora a qualidade de vida do deficiente em Maringá. O diretor da entidade, Alexandre Diego Ruiz, disse que já protocolou reclamações a respeito da presença de grades nas entradas de pedestres junto a Reitoria da UEM. "Esse é o grande problema lá."
Ruiz cita ainda a falta de guias rebaixadas e rampas na entrada e dependências da Biblioteca Central (BC), no Restaurante Universitário (RU) e no acesso às salas de aulas, banheiros e outras dependências.
"Em prédios antigos, os cadeirantes encontram obstáculos nas
entradas e pontos de passagem entre os blocos de salas de aula. Há
lugares onde falta a sinalização para deficientes visuais (podotátil)
nos pisos e corrimões. "
Providências
O coordenador do Programa
Multidisciplinar de Pesquisa e Apoio à Pessoa com Deficiência e
Necessidades Especiais (Propae) da UEM, Walter Augusto Della Rosa,
reconhece a existência dos problemas e diz que todos "estão sendo
solucionados" a medida do possível. Ele informa que uma emenda
parlamentar no valor de R$ 1 milhão foi liberada, há cinco anos, para
promover a acessibilidade no campus.
O coordenador do Propae informa que os banheiros estão sendo reformados desde 2009 com uma verba de R$ 114 mil obtida junto ao Projeto Incluir. Já foram adaptados os sanitários de 14 blocos.
Ele explica que nos blocos onde foram construídas rampas e elevadores não havia sanitário adaptado.
"Não diria todos, mas os banheiros de acesso aos alunos em parte já
possuem os boxes para cadeirantes com barra de apoio e vaso sanitário
próprio", diz.