Uma tentativa de acordo entre a direção da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e o comando de greve dos servidores técnicos administrativos da instituição de ensino, liderado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Eder Rossato, acabou em tumulto ontem à tarde. Não houve entendimento, os estudantes invadiram a reitoria, acuaram o reitor e a greve acabou se aprofundando.
A reunião do Conselho Universitário (COU) pretendia apresentar ao reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, uma pauta interna, com deliberações que pudessem colaborar no sentido de pôr fim à greve dos servidores, iniciada no último dia 11.
Rafael Silva
Estudantes na reunião do Conselho Universitário e grevistas
Mas a discussão dos cerca de 20 itens da pauta de reivindicações dos grevistas acabou em desentendimento depois que os professores pediram que o caso fosse levado à Justiça.
Para complicar, cerca de 300 estudantes, que também estão em greve desde sexta-feira passada, foram para a frente da reitoria para realizar uma assembleia de apoio ao movimento dos servidores. Os alunos chegaram acusando o governo do Estado de tentar forçar a privatização das universidades ao não aceitar negociar com os servidores em greve. E, aos gritos invadiram a reitoria.
Com a entrada dos estudantes, a reunião do conselho que já durava cerca de 2h, sem qualquer progresso, acabou. A maioria dos professores que integram o principal conselho da universidade saiu por uma porta lateral, deixando o reitor e a vice-reitora Neusa Altoé acuados.
“E pior, o conselho pediu à
reitoria que entre na Justiça
para garantir a abertura dos
portões e dos blocos”
Presidente do Sinteemar
Eder Rossato
Os estudantes leram a pauta de reivindicações deles, que inclui contratações de professores e técnicos e maior infraestrutura para a UEM. Eles ainda leram pautas de reivindicações das extensões e do curso de Multimeios.
O líder dos alunos, Alex Raval Bertozzi, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) ainda denunciou que "os professores estão obrigando alunos a fazerem a limpeza de banheiros e salas de aulas".
O presidente do Sinteemar disse que saiu da reunião do COU frustrado por não receber o apoio dos professores. "E pior, o conselho pediu à reitoria que entre na Justiça para garantir a abertura dos portões e dos blocos. Essa decisão, tendo de um lado os servidores e estudantes em greve e de outro os professores, só interessa ao governo", arrematou.
No início da noite, a reitoria da UEM divulgou nota explicando que durante a reunião o COU decidiu que a administração da universidade deve intervir para garantir a volta do funcionamento da instituição. "A reitoria deve garantir a normalidade e tem autonomia se utilizar da forma que considerar necessária para garantir isso", informou a nota.
http://www.odiario.com/cidades/noticia/604066/estudantes-invadem-reitoria-e-greve-segue/