A reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM) divulgou nota no início da noite desta quinta-feira (20) informando que a administração vai tomar medidas judiciais e administrativas para garantir a volta do funcionamento da instituição paralisada por conta da greve dos servidores técnicos administrativos. "A reitoria deve garantir a normalidade e tem autonomia se utilizar da forma que considerar necessária para garantir isso", informou a nota.
A decisão foi tomada após a tentativa frustrada de acordo entre a direção da UEM e o comando de greve dos servidores técnicos administrativos da instituição acabar em tumulto na tarde de hoje. Sem entendimento entre as partes, um grupo de estudantes invadiu a reitoria.
A reunião do Conselho Universitário (COU) pretendia apresentar ao reitor Júlio Santiago Prates Filho uma pauta interna, com deliberações que pudessem colaborar no sentido de pôr fim à greve dos servidores. Mas a discussão dos itens da pauta de reivindicações dos grevistas acabou em desentendimento depois que os professores pediram que o caso fosse levado à Justiça.
Para complicar, cerca de 300 estudantes, que também estão em greve desde sexta-feira (14), foram para a frente da reitoria para realizar uma assembleia de apoio ao movimento dos servidores. Os alunos acusaram o governo do Estado de tentar forçar a privatização das universidades ao não aceitar negociar com os servidores em greve. E, aos gritos invadiram a reitoria.
Com a entrada dos estudantes, a reunião do conselho que já durava cerca de 2h, sem qualquer progresso, acabou. Os estudantes leram a pauta de reivindicações deles, que inclui contratações de professores e técnicos e maior infraestrutura para a UEM. Eles ainda leram pautas de reivindicações das extensões e do curso de Multimeios. O líder dos alunos, Alex Raval Bertozzi, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) ainda denunciou que "os professores estão obrigando alunos a fazerem a limpeza de banheiros e salas de aulas".
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Eder Rossato, disse que saiu da reunião do COU frustrado por não receber o apoio dos professores. "E pior, o conselho pediu à reitoria que entre na Justiça para garantir a abertura dos portões e dos blocos. Essa decisão, tendo de um lado os servidores e estudantes em greve e de outro os professores, só interessa ao governo", arrematou.