A recusa de professores em apoiar a greve de servidores técnicos administrativos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem gerado conflitos no campus.
Após reações abruptas de docentes que insistiram em entrar nas salas de aula, na manhã de ontem, o comando de greve entregou todas as chaves de salas, portões e demais dependências à vice-reitora da instituição, Neusa Altoé.
O estopim para desentendimentos entre servidores em greve e professores ocorreu no Departamento de Física. Ontem, por volta das 10h, um professor encontrou a porta do departamento fechada. Ele ficou furioso e quebrou uma porta de vidro que dá acesso ao bloco G-67 ao constatar que estava impossibilitado de entrar na ala dos docentes.O segurança Otávio Roberto acompanhou o incidente e disse que o professor queria pegar o material de trabalho. Diante do ocorrido, o comando de greve decidiu acionar a Polícia Militar e registrar um boletim de ocorrência.
O site do Sindicato dos Docentes da UEM (Sesduem) publicou supostos abusos cometidos servidores contra professores que insistiram em dar aulas. Há relatos de troca de miolo de fechaduras de portas, trancamento de alunos dentro das salas e até de um segurança que teria tentado tirar a força uma professora de dentro da sala.
O servidor e membro do comando de greve, Marcos Apolinário de Souza, nega que os servidores estejam tentando sabotar as aulas.
Chaves
Logo
após o incidente, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos
Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Éder Rosseto,
convocou uma reunião em que ficou decidido que todas as chaves das
salas, departamentos, portões, banheiros, laboratórios e demais
dependências do campus seriam entregues à reitoria. A partir daquele
momento, a responsabilidade sobre a segurança do campus não seria mais
dos grevistas.
Rosseto afirmou durante manifestação na frente da reitoria da UEM, por volta das 11h, que os servidores se queixam sobre a falta de apoio dos professores à greve iniciada na última terça-feira. "Isso vai nos enfraquecer. Nunca fizemos uma greve sozinhos. Pela primeira vez estamos separados. Hoje (ontem), já teve até polícia aqui e não é isso que queremos", desabafou.
A vice-reitora da UEM, Neusa Altoé, informou que iria se reunir com
representantes dos docentes para discutir o apoio à greve. "Estamos com
vocês no movimento pelas causas como carreiras, salários e outras
questões. Mas tem professor querendo dar aula. Vamos ter que discutir
isso ainda."
DESENTENDIMENTOS
http://www.odiario.com/zoom/noticia/601869/greve-gera-conflito-entre-professores-e-servidores/