Os técnicos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram para a próxima quarta-feira (5) o indicativo de greve, que deve ser deflagrada a partir do dia 11. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (30).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Éder Rossato, a ampla maioria dos cerca de 800 servidores que participaram da reunião aprovaram o indicativo. "No dia 5, deve haver nova assembleia para ratificar a greve para o dia 11, por prazo indeterminado", aponta.
No total, a UEM conta com 2.500 técnicos, distribuídos pelo campus sede, Hospital Universitário, e os campi regionais (Cianorte, Cidade Gaúcha, Diamante do Norte, Ivaiporã, Goioerê, Umuarama).
Ainda segundo o presidente do Sinteemar, as universidades em Cascavel, Londrina e Ponta Grossa já aprovaram o mesmo calendário de paralisação, que segue orientação do comando estadual de greve.
Na última segunda-feira (27), houve uma reunião com representantes do governo do Estado, em que líderes sindicais que representam a categoria consideraram que as negociações foram "um fracasso".
Negociação
Em junho deste ano, os servidores da UEM aprovaram o indicativo de greve em assembleia, mas retiraram o aviso no dia 13 de agosto, após o governo apresentar uma proposta que agradou a categoria.
O governo havia se comprometido em conceder reajustes de cerca de 35% para os técnicos de nível fundamental (pessoal de apoio); 20% para os do ensino médio mantido pelas universidades; e 6% para os cargos de nível superior.
"O governo deveria ter nos apresentado este projeto na segunda-feira, mas disseram que não houve tempo hábil para fazer o texto. Solicitamos que a reestruturação das carreiras dos técnicos fosse feita juntamente com a dos docentes, o que não ocorreu. O governo prometeu que vai terminar a proposição até final de setembro, encaminhar em outubro para a Assembleia Legislativa e o pagamento até março do ano que vem ", diz Rossato.
Conforme o presidente, a categoria também exige a reestruturação da carreira dos servidores. "Isso significa amenizar distorções. Existem servidores que exercem funções com graus de complexidade maior, mas que não são devidamente recompensados por isso", explica.
Os servidores também pedem que funcionários que adquiriram títulos no decorrer da carreira sejam recompensados por isso. "Hoje o servidor recebe um acréscimo no salário a cada título que conquista. Inicialmente o Governo sinalizou que deseja contar esse benefício, mas depois voltou atrás. Por precaução, queremos que o Governo transforme esse direito em lei. Havia a promessa que eles iriam apresentar a minuta do projeto nesta segunda-feira, mas nada foi feito e não há previsão de que isso ocorra", aponta.
Governo
De acordo com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o governo estuda o impacto da implantação da nova tabela no orçamento estadual. "A mensagem para a Assembleia Legislativa deve ser encaminhada no final de setembro ou começo de outubro, sem prejuízo quanto ao prazo final de implantação. Estamos vencendo as dificuldades e mantendo o diálogo com os sindicatos", afirmou o secretário Alípio Leal durante a reunião com os representantes dos sindicatos. Leal lembrou que é difícil trabalhar com prazos, "trabalhamos com etapas para alcançar o resultado".
De acordo com o secretário, todo o esforço está sendo feito para aprovar a nova tabela neste ano e implantá-la no primeiro trimestre de 2013. Leal também sugeriu uma reunião a cada 10 dias com os sindicatos para acompanhar o andamento do processo.
A nova tabela traz avanços salariais para as várias faixas da categoria e integra o plano de carreira do pessoal técnico das instituições.