Apenas um de cada quatro inscritos no vestibular
de inverno 2012 da Universidade Estadual de Maringá (UEM) é da cidade
sede da instituição. A diferença em relação às últimas edições do
concurso é que o estudante do município vai enfrentar mais candidatos
da região noroeste e menos moradores do Estado de São Paulo.
Em
2010, por exemplo, o número de alunos paulistas no vestibular do meio
ano era praticamente o mesmo de Maringá. Agora, os vizinhos representam
18,4% do total, contra 24,3% de maringaenses.
"Para a
universidade, que vai selecionar, é interessante, pois há uma maior
probabilidade de ter alunos com melhor qualidade na instituição. Mas
para os estudantes de Maringá, esta concorrência de outras cidades traz
desmotivação.
Douglas Marçal
Candidatos fazem provas no mais recente vestibular de verão da
Universidade Estadual de Maringá; no fim do ano, a concorrência de
alunos paulistas é menor, em função da maior oferta de concursos pelo
País
Acredito que muitos nem façam as provas, por receio de não conseguir
passar", analisa o professor de Biologia e vice-presidente do
Sindicato das Escolas Particulares, José Carlos Barbieri.
Mas
se a forte concorrência externa dificulta a aprovação do estudante da
cidade, a participação de candidatos de outros municípios reflete no
movimento dos hotéis, restaurantes e no comércio em geral nos dias de
provas.
"Se pensarmos em Maringá como um todo, é mais
interessante, pois mostra que além da qualidade de vida, temos uma
qualidade inquestionável dos cursos superiores que fica em evidência",
avalia Barbieri.
Para o estudante maringaense, a boa notícia é
que nas edições de verão, a concorrência externa diminui, em média, de
75% para menos de 65%. A explicação é que poucas universidades
públicas realizam o concurso de inverno.
"Estudantes de todo o
Brasil aproveitam e vêm para cá. Além de haver pouquíssimas
instituições com vestibulares no meio do ano, eles querem buscar uma
vaga em cursos reconhecidos como o de Medicina, que chega a ter uma
concorrência desumana", diz.
Mulheres
Os dados sobre a origem dos candidatos são da Comissão Central do
Vestibular Unificado (CVU), que também divulgou ontem o perfil
socioeconômico dos 24,6 mil inscritos. As mulheres são a maioria, com
56,2% das inscrições. Dos candidatos, 41% tentam pela primeira vez a
aprovação e 40,6% têm 17 anos. Por esta razão, 56,3% não frequentaram os
cursos pré-vestibulares.
A quantidade de estudantes que
fizeram ou fazem o ensino médio em escolas particulares representa
47,4% do total, e 45,9% cursaram o ensino fundamental em escolas
públicas. Sobre os pais, 28,4% dos inscritos relataram que os
mantenedores concluíram apenas o ensino médio, e a renda familiar varia
de três a cinco salários mínimos.
Com base nas respostas aos
questionários de múltipla escolha aplicados no momento da inscrição, a
CVU constatou que apenas 6% dos estudantes levaram em consideração a
perspectiva de renda da profissão na hora de escolher o curso, e a
maioria, 64,4%, fez a escolha apenas com base nas aptidões pessoais.
Do total de inscritos, 23,4% escolheram uma das 11 engenharias
oferecidas pela instituição, e 19,3% querem Medicina, a graduação mais
concorrida, com 365,5 candidatos por vaga.
"Esta demanda mostra
que a oferta de vagas é pequena e precisaria ser ampliada. Acredito que
o poder público deveria pensar e investir. Sabemos que não é fácil,
pois se aumentar as vagas, tem que aumentar o número de professores,
funcionários e também o espaço", considera Barbieri.
As provas do vestibular de inverno da UEM vão ser aplicadas de 8 a 10 de julho, e o resultado vai ser divulgado no dia 31.
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