A estudante Glaucia Bertolossi é homossexual assumida e diz ter sido vítima de discriminação por conta da orientação sexual. Certa vez, ela estava em um bar na companhia da namorada quando a dona do estabelecimento pediu para elas soltarem as mãos se quisessem continuarno recinto.
Essa foi uma situação marcante pelo desconforto,
mas Glaucia afirma que convive com a intolerância a todo momento.
"Quando estou andando nas ruas, muitas pessoas olham ‘torto’, dá a
impressão de que estou fazendo algo errado."
Segundo relatório
preparado pela comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (LGBT) de Maringá e entregue recentemente à arquidiocese da
cidade, houve no último ano registro de dois suicídios e 38
ocorrências de agressão física contra homossexuais. "Como não existe
uma lei que puna a homofobia, os dados são apontados pelas organizações
de defesas dos direitos humanos", explica o ativista gay Luiz Modesto.
Com base nestes números e na relevância social do assunto, o professor
de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Murilo Moscheta
organizou, em parceria com universidades paulistas e mineiras,
encontros para discutir possibilidades de enfrentamento da violência e
discriminação contra homossexuais.
A primeira reunião foi
realizada ontem e a próxima está agendada para amanhã. "Promover esse
tipo de discussão é importante porque, para além do que é certo e
errado, há pessoas que estão sendo castigadas, e nós, enquanto
sociedade, temos de assumir responsabilidades."
Baseada na
metodologia de Projeto de Conversações Públicas (PCP), a discussão
parte da premissa de conhecer propostas diversas, referentes a um
assunto específico. Para isso, os organizadores selecionam pessoas de
segmentos como educação, saúde, militância, religião, comércio,
política e comunicação, para compartilhar opiniões e experiências. "A
questão do encontro é o que eu posso aprender ouvindo a quem geralmente
não ouço", resume Moscheta.
SERVIÇO
Para os interessados em participar da reunião, entrar em contato pelo
e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (44) 9991-1263. O encontro
vai ser realizado às 14 horas.
INFORME-SE
Na semana do Dia Nacional de Combate à Homofobia - 17 de maio - a
comunidade LGBT de Maringá vai organizar atividades para disseminar o
respeito, a liberdade e a diversidade sexual. Entre as atrações haverá
seminários, ciclo de debates, palestras e exibição de filmes.
O
evento termina com a Parada Gay, no dia 20, que até agora conta com
caravanas de 15 cidades. “Somando as 700 pessoas que vão vir de fora,
acreditamos que haverá um público próximo a 1,5 mil manifestantes”,
estima Luiz Modesto, da organização.
http://www.odiario.com/cidades/noticia/566497/encontro-na-uem-debate-homofobia/