Mais dois pacientes do Hospital Universitário de Maringá (HU), que aguardavam cirurgias ortopédicas, foram transferidos, na manhã desta quinta-feira (2), para outras unidades onde serão feitas as operação. O Ministério Público deu prazo até a meia-noite para a transferência de seis pacientes que aguardavamo procedimento. Ontem, três deles já haviam sido levados para hospitais da região.
Um paciente ainda está internado no HU, mas, conforme a assessoria de imprensa da UEM, deve ser encaminhado para outro hospital de referência até o fim do dia.
O secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi explicou, em entrevista a O Diário, nesta quarta-feira (1º) que, por falta de leitos e não de recursos – como teria sugerido o MP –, o HU não tem condições de realizar os procedimentos. "Algumas dessas cirurgias têm pós-operatório de 3 a 4 dias e isso demanda disponibilidade de leitos", alegou.
Autora do pedido de liminar deferido pela Justiça, a promotora de Defesa da Saúde Pública, Stella Maris Sant'Anna Ferreira Pinheiro, sustenta que o HU recebe mais de R$ 1 milhão por mês da prefeitura e, em momento algum, fez ao município uma denúncia formal sobre a impossibilidade de fazer as cirurgias.
O suprindente do HU, José Carlos Amador, ressaltou que o dinheiro recebido é destinado para todos os procedimentos do hospital, e não exclusivamente da ortopedia. Ele encaminhou um pedido de apoio ao Conselho Regional de Medicina e à Sociedade Paranaense. No documento, Amador pede que as duas entidades façam estudo técnico sobre a capacidade do HU de realizar as cirurgias ortopédicas cobradas pelo MP.
A alegação do superintendente é que falta à promotora embasamento técnico sobre os procedimentos cirúrgicos. "Não aceito que alguém que não tem capacidade na área venha dizer o que posso ou não posso fazer. Ela está baseada em que para dizer que tenho de operar", criticou.
Sobre a alegação da promotoria, de que o HU recebe verba do município por procedimentos que não realiza, Amador disse que o valor não compensa a gama de atendimentos.
"Faço o seguinte desafio a ela (Stella Maris): por que não tiram a ortopedia do HU e o valor correspondente que recebemos? Ficaríamos contantes se isso acontecesse."