Vence à meia-noite de hoje o prazo dado pela Justiça, de 72 horas, para que o Hospital Universitário (HU) de Maringá realize cirurgias ortopédicas em seis pessoas, sob pena de multa diária de R$ 1,5 mil por paciente não operado.
Na tarde de ontem, três haviam sido encaminhados para os hospitais Santa Rita, Santa Casa e Metropolitano de Sarandi – todos de referência em ortopedia – e aguardavam quadro clínico favorável para a operação, segundo informou a direção da unidade. Os outros três permaneciam no HU.
O secretário de Saúde de Maringá, Antonio Carlos Nardi, disse que a prefeitura está trabalhando, em parceria com o HU, para que os encaminhamentos dos três pacientes restantes sejam feitos ainda hoje.
Nardi explicou que, por falta de leitos e não de recursos – como teria sugerido o MP –, o HU não tem condições de realizar os procedimentos. "Algumas dessas cirurgias têm pós-operatório de 3 a 4 dias e isso demanda disponibilidade de leitos", alegou.
Liminar
Autora do pedido de liminar deferido pela Justiça, a promotora de Defesa da Saúde Pública, Stella Maris Sant’Anna Ferreira Pinheiro, sustenta que o HU recebe mais de R$ 1 milhão por mês da prefeitura e, em momento algum, fez ao município uma denúncia formal sobre a impossibilidade de fazer as cirurgias.
Por meio de nota, a promotora informou que, por contrato, o hospital assumiu com o município a realização dos procedimentos de média complexidade, não havendo justificativa para deixar essas pessoas desassistidas. "Se ( HU) não possui equipamentos para realizá-los, o gestor municipal deve reorganizar o ‘fluxo de traumato-ortopedia’ existente e rever os valores repassados", escreveu Stella.
Resposta
Indignado com as declarações da promotora, o superintendente do HU, José Carlos Amador, encaminhou ontem pedido de apoio ao Conselho Regional de Medicina e à Sociedade Paranaense. No documento, Amador pede que as duas entidades façam estudo técnico sobre a capacidade do HU de realizar as cirurgias ortopédicas cobradas pelo MP.
A alegação do superintendente é que falta à promotora embasamento técnico sobre os procedimentos cirúrgicos. "Não aceito que alguém que não tem capacidade na área venha dizer o que posso ou não posso fazer. Ela está baseada em que para dizer que tenho de operar", criticou.
Sobre a alegação da promotoria, de que o HU recebe verba do município por procedimentos que não realiza, Amador disse que o valor não compensa a gama de atendimentos.
"Faço o seguinte desafio a ela (Stella Maris): por que não tiram a ortopedia do HU e o valor correspondente que recebemos? Ficaríamos contantes se isso acontecesse."
O que já foi dito
http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/426634/hu-transfere-3-pacientes-para-outros-hospitais/