Projetores expostos na UEM: equipamentos foram utilizados nas primeiras sessões de cinema da cidade
Há pouco mais de 50 anos, a vida era impensável sem eles. Ferros de
passar roupa a brasa, telefones fixados na paredes com fones de boca em
vez de ganchos, aparelhos de toca-disco, machados e traçadores para
mandar abaixo perobas gigantescas.
Instrumentos como estes e fotografias com imagens relacionadas ao seu
uso estão na exposição Instrumentos, equipamentos... ou revolução de
gerações que contam uma história?, na sala principal do Museu da Bacia
do Paraná, no câmpus da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Todas as peças expostas fazem parte do acervo do museu. De acordo com a
técnica Laura Chaves, a exposição combina a função dos objetos e suas
aplicações, tarefa que cabe às fotografias.
Uma delas mostra um caminhão cheio de gente com cartazes anunciando a
programação do cinema. O filme Os comandos atacam de madrugada seria
projetado no Cine Maringá, que, no agora distante ano de 1949, não
passava de um lençol estendido em uma praça. Abaixo da fotografia,
diferentes modelos de projetores mostram a evolução que o equipamento
teve em tão pouco tempo.
Pioneiros
E assim prossegue a viagem, que aproveita a referência ao passado para
inaugurar o Espaço do Pioneiro, uma discreta e sensível homenagem a
quem fez parte da geração que revolucionou a história do norte do
Paraná.
Antenor Sanches, presidente da Associação dos Pioneiros de Maringá, é o
primeiro deles. Uma pequena biografia, com foto, matérias de jornal
sobre o pioneiro e um gravador imenso, que lembra a profissão de
radialista que Sanches exerceu durante boa parte da vida, são os
recursos utilizados para a homenagem.
Laura conta que o Espaço do Pioneiro será ocupado por uma pessoa
diferente a cada 15 dias. Também pretendemos destacar a atuação
daqueles pioneiros que nem sempre são lembrados, como as mulheres e os
trabalhadores rurais, diz ela.
Cegos
Voltada exclusivamente para cegos, a exposição Viagem com as Mãos,
instalada em junho foi uma experiência importante dentro do projeto de
inclusão que está sendo desenvolvido pelo Museu da Bacia do Paraná.
Para a Instrumentos, equipamentos... ou revolução de uma geração que
contam uma história? , Laura comenta que alguns objetos foram
descritos em braile para permitir a visitação dos cegos. A estes também
é permitido tocar os objetos que não possuem descrição .
Nossa intenção é receber, cada vez mais, pessoas com deficiência. A proposta é de acessibilidade mesmo, diz ela.
Pensando nos cadeirantes, os organizadores optaram por colocar uma
quantidade menor de objetos e mantê-los junto à parede, ampliando o
espaço para a locomoção da cadeira de rodas.