Míriam Zappone, professora do mestrado em Letras da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), afirma que todo tipo de iniciativa que leve
a criança a ter contato com a escrita é sempre importante. Sobre Um
conto de Nagô, a professora explica que os benefícios extrapolam o
contato puro e simples.
A leitura das histórias para crianças que crescem em ambientes
caracterizados por níveis de letramento muito baixo, o projeto acaba
cumprindo o papel que deveria ser feito em casa.
As dificuldades econômicas, principalmente, dificultam a presença de
diferentes objetos de leitura, que vão além dos livros. E é normal que
nessas famílias os pais também não tenham sido e nem sejam leitores,
diz ela.
De acordo com Míriam, a oportunidade de soltar a imaginação ao
devolver o conto que acabaram de ouvir aos colegas também é
fundamental para o desenvolvimento da narrativa, modalidade textual com
a qual terão bastante contato na vida escolar. Tudo o que a criança
aprende ouvindo será usado como modelo quando o contato com a escrita
tiver início.
Lorrayne Nathiele do Vale, 7, ainda não se sente tão à vontade para
contar em casa as histórias que aprende nas oficinas. Ativa e alegre, a
menina prefere levar a mãe até a quadra para que ela também ouça.
Lorrayne Nathiele do Vale, 7, ainda não se sente tão à vontade para
contar em casa as estórias que aprende nas oficinas. Ativa e alegre, a
menina prefere levar a mãe até a quadra para que ela também ouça. Eu
nunca contei histórias para ela em casa, talvez por isso ela goste
tanto daqui, reconhece a mãe, Romiê do Vale.
Iniciativa ajuda a desenvolver escrita
- O Diário do Norte do Paraná
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