A Associação Paranaense de Supermercados (Apras), de Maringá, diz que é totalmente contra o fato de os supermercados proibirem as pesquisas de preços da Cesta Básica de alimentos feitas pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Para a associação, os estabelecimentos deveriam permitir o levantamento de preços para publicação no jornal O Diário. Não podem proibir, diz Roberto Burci, vice-presidente da Apras em Maringá, destacando que todos os consumidores têm direito à informação. O consumidor tem que procurar o melhor preço, arremata. Ele propõe uma reunião entre o jornal O Diário, os supermercados e a Apras. Temos que ver qual a dificuldade em permitir a pesquisa e ver onde poderemos melhorar, afirma.
Burci diz também que a associação, independentemente de reunião com o jornal, vai procurar os três supermercados para debater o assunto. Vamos marcar uma reunião ainda para esta semana, afirma.
Embora tenha se posicionado a favor das pesquisas de preços divulgadas pelo O Diário, Burci diz que os supermercados em questão alegam que as pesquisa são publicadas alguns dias depois de os preços terem sido levantados. Ele destaca que muitos preços mudam neste intervalo de tempo. As ofertas que são colocadas nas prateleiras na segunda-feira, por exemplo, já não valem para o sábado, explica destacando que os supermercados afirmam que têm a imagem prejudicada por conta disso.
Perecíveis
Questionado sobre quais produtos teriam os preços tão variáveis, Burci informou que são os hortifrutigranjeiros, por serem perecíveis. Na segunda-feira, há uma queima deste tipo de produto que sobrou do sábado e, assim, os preços oscilam bastante, afirma. O vice-presidente da Apras foi informado pela reportagem que O Diário se comprometeu a divulgar as informações sempre no dia seguinte à pesquisa.
A pesquisa, divulgada tradicionalmente pelo O Diário, é realizada pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá. O critério é o preço mais baixo das mercadorias que compõem a cesta básica de alimentos. A metodologia usada no levantamento de preços é a mesma utilizada pelo Dieese e pelo Procon-SP.
O objetivo de O Diário é garantir informações aos consumidores para que tenham a liberdade de escolha na hora das compras de suprimentos para a casa. A informação sobre preços pode representar economia aos consumidores que poderão inclusive utilizar a pesquisa para pedir descontos em supermercados de bairros. Desta forma, trata-se de uma ferramenta que, além de democrática, regula o mercado.
Vanda Munhoz