Em Maringá, um convênio entre a Secretaria Estadual da Segurança Pública e o Conselho Municipal de Segurança (Conseg) ajuda a agilizar atividades burocráticas nas delegacias da cidade.
São quatro estudantes de Direito que estagiam na 9ª Subdivisão Policial, na Delegacia da Mulher e no 3º Distrito da Polícia Civil. Os acadêmicos foram selecionados pelo programa Duplicar, auxiliando as equipes em trabalhos como o cadastramento de inquéritos ou serviços administrativos, sempre com a supervisão de um profissional.
Para o delegado-chefe da Polícia Civil, Márcio Amaro, a ajuda dos jovens é bem-vinda. Os estagiários realizam trabalhos que ocupariam o tempo do policial, do escrivão. Em um processo de investigação ou no atendimento ao público essa discreta 'folga' vale muito, diz.
Para participar do projeto, os alunos têm que se inscrever no Programa de Complementação Educacional (Proe) e passar por uma seleção. Para eles, a oportunidade ajuda a decidir os rumos da carreira profissional. A estudante do 3º ano de Direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Carolina Doná Gomes, 21 anos, quer direcionar os estudos para a área de Direito Penal.
Carolina é estagiária da Delegacia da Mulher e diz que a experiência do dia-a-dia foi decisiva para que ela entendesse a importância dos processos de investigação. Fica mais claro entender na prática, o que diz a teoria, diz.
A convivência também ajuda a mudar o ponto de vista dos jovens e até da sociedade sobre o trabalho da polícia. Amaro explica que, mesmo entre aqueles que estudam Direito, ainda há uma imagem preconceituosa em relação à força policial, preconceito que a proximidade ajuda a derrubar. É uma forma deles conhecerem o trabalho, uma face da polícia que eles não conhecem.
O projeto mantém cinco acadêmicos trabalhando desde maio do ano passado, mas com a mudança na lei de estágio, o contrato vai ser interrompido para ser ajustado já no mês que vem.
Juliana Fontanella