A Gerência da loja dos Supermercados Condor, na Zona 7, impediu, nesta quarta-feira, a entrada do pesquisador do Departamento de Estatística, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), responsável pelo levantamento de preços para o Tabelão de O Diário, que é publicado pelo jornal toda sexta-feira.
Por volta das 11h20, o pesquisador Kauê Ogasawara foi barrado por um segurança no guichê de entrada do Condor, na esquina das avenidas Paraná e Colombo. E o gerente da loja, Mílton Faria, proibiu o registro fotográfico dentro do estabelecimento.
Questionado se os consumidores teriam ou não o direito de entrar no supermercado para pesquisar preços, o gerente foi evasivo: Depende. Ele não quis comentar a decisão de impedir a pesquisa.
A direção do Condor entrou em contato com a chefia do Departamento de Estatística da UEM e contestou os critérios da elaboração da pesquisa.
Para a professora-doutora Isolde Previdelli, chefe do Departamento de Estatística e coordenadora do levantamento semanal, o Tabelão segue a metodologia adotada pelas mais respeitadas instituições de pesquisa do Brasil, como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Nos últimos vinte levantamentos feitos até agora, o Condor aparece como a empresa com a Cesta Básica mais cara oito vezes e com a segunda mais cara em sete edições.
Nas comparações entre os supermercados são considerados apenas os produtos encontrados simultaneamente em todas as empresas, para que não haja alegação de que um supermercado oferece menos itens do que outro.
Segundo Ogasawara, essa foi a primeira vez que uma empresa recebe a pesquisa com animosidade.
Faço o Tabelão desde dezembro e, em geral, os supermercados recebem os pesquisadores muito bem, comenta.
Em algumas delas, os gerentes até mesmo fazem questão de acompanhar a coleta de preços para assegurar que os dados estão sendo registrados corretamente, acrescenta.