A reportagem de O Diário
voltou às ruas, na tarde de ontem, para ouvir as reclamações da
população acerca da utilização irregular das calçadas pelos
estabelecimentos comerciais. Nas imediações da Universidade Estadual de
Maringá (UEM), os entrevistados reclamaram dos barzinhos.
Técnica da biblioteca da UEM, Vanda de Paula Pereira, que mora na Zona
7 há 15 anos, disse que já perdeu as contas das vezes em que teve de
transitar pela rua para desviar das mesas e cadeiras de bares vizinhos
à universidade. Segundo ela, nas noites de quinta-feira a sábado, os
fiscais da prefeitura teriam muito trabalho para fazer cumprir a lei.
"A maioria desses bares, quando o movimento aumenta, não reserva um
espaço para o pedestre. E quando a gente reclama, os estudantes
xingam", relatou. Na opinião dela, só a fiscalização não vai resolver o
problema. "Essa situação vai mudar quando o povo se conscientizar."
Professoras da rede estadual, Marilaine Guilherme e Célia Pietrovski,
que circulavam próximo à UEM, lamentaram a banalização do uso irregular
dos passeios públicos. "A impressão que temos é que ficou instituído
que a calçada pertence ao bar", disse Célia.
Ao ser questionado sobre o desrespeito à lei, na Zona 7, o secretário
Walter Progiante informou que desconhecia o problema. "Não temos
recebido reclamações sobre o uso indevido das calçadas pelos barzinhos
perto da UEM. O pessoal precisa denunciar para que os fiscais possam
dar o flagrante", orientou.
"Essa resposta do órgão público, de dizer que ninguém reclama, é uma
forma de lavar as mãos", reclama a professora do Cesumar, Norma Jung,
que atua voluntariamente em prol das pessoas que mais sofrem, segundo
ela, com a ?invasão? das calçadas: os deficientes físicos. Para Norma,
quem concede o alvará aos estabelecimentos comerciais tem de
fiscalizar, independentemente do recebimento de denúncias.
Reclamações
►156: Quem tiver denúncias sobre o uso irregular de calçadas deve ligar para esse número.