As mudanças nas regras do vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) reduzem as chances dos candidatos que esperam passar na base da sorte e premiam os que estiverem melhor preparados.
Quem garante é o professor de Química, Carlos Alberto Sperandio, diretor do Curso e Colégio Nobel, que acrescenta que essas mudanças podem colocar os candidatos de Maringá em vantagem sobre os de fora.
"O cursinhos de Maringá estão preparando seus alunos para este novo modelo de vestibular, principalmente aqueles que vão disputar os cursos mais concorridos".
Segundo ele, esse novo modelo valoriza o conhecimento geral e o entendimento das questões.
"Na maneira anterior, o candidato poderia ter muitos acertos marcando respostas aleatoriamente, podendo chegar a até 20% de acertos, mas agora essa possibilidade cai para 1,39%, o que significa que passarão os que realmente estiverem melhor preparados".
Agora o candidato pode deparar-se com questões sem nem uma alternativa correta, pode ter as cinco corretas, pode ter apenas uma ou duas. E também serão levados em conta os acertos parciais.
O diretor do cursinho pré-vestibular gratuito ministrado por professores e acadêmicos da UEM, Éder Adão Rossato, considera que essas mudanças podem beneficiar os alunos de seu curso, pois lá o foco não é somente o vestibular, mas a aprendizagem no verdadeiro sentido.
Segundo Rossato, o Programa de Democratização da Escolaridade já vem obtendo resultados bem acima da média dos cursinhos particulares, chegando a até 25% de aprovação, quando a média está em torno de 10%.
Ele diz que o trabalho em prol da isonomia social levou à criação de uma disciplina específica de leitura e interpretação de textos, onde o aluno aumenta sua capacidade de discernimento e ao mesmo tempo amplia o conhecimento geral, justamente uma área que está sendo valorizada com as novas regras do vestibular da UEM.
Tanto Rossato quanto Sperandio alertam que o fato de os candidatos de Maringá estarem sendo preparados dentro da nova modalidade de vestibular não deve ser motivo para descuido.
Candidatos de outros municípios que vêm para concorrer nos cursos mais disputados são preparados para prestar vestibular em várias universidades brasileiras, muitas das quais já aplicam a prova de Redação exigindo vários gêneros e estilos de texto e as questões também são somatórias.
Além disso, alertam que, se por um lado foram criadas facilidades para os melhor preparados, por outro houve um aumento considerável no número de candidatos por vaga em alguns cursos.
É o caso de Medicina, que no último Vestibular de Inverno teve 183 pessoas disputando cada vaga, "apenas" 80 no Vestibular de Verão, desta vez terá cada vaga sendo disputada por 204,2 candidatos, ou seja, entrará para a universidade o equivalente a uma pessoa de cada quatro salas de aula de uma escola comum.