Setor de serviços é responsável por quase a metade das vagas criadas no 1º quadrimestre; expectativa é superar os 5.907 empregos criados em todo o ano 2007 já no mês de maio
Mais
de 5 mil empregos formais em apenas quatro meses. Esse é o saldo de
Maringá, de janeiro a abril de 2008, registrado no Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. No mesmo
período do ano passado, também considerado positivo, o saldo da cidade
foi de 2.152 empregos.
O volume de contratações do 1º quadrimestre deste ano impressiona até
mesmo quem acompanha mensalmente a evolução da economia regional.
"Bateu todos os recordes. Está totalmente fora do contexto e dos
registros históricos", afirma o doutor em Economia da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), Joilson Dias.
O especialista lembra que no início do ano, em estudo desenvolvido no
Departamento de Economia da UEM em parceria com a Associação Comercial
e Empresarial de Maringá (Acim) e o Conselho de Desenvolvimento
Econômico de Maringá (Codem), a previsão era que o saldo de empregos na
cidade chegasse aos 5 mil apenas no final de 2008.
Agora, a perspectiva é superar o saldo de empregos registrados no Caged
de janeiro a dezembro de 2007, em apenas cinco meses. "Historicamente,
maio é melhor do que abril. Vamos ultrapassar os mil empregos
novamente", aposta Dias. Em todo ano de 2007, o saldo de Maringá no
Caged foi de 5.907 postos de trabalho.
O grande propulsor dos empregos na cidade, responsável por quase a
metade do saldo de vagas do 1º quadrimestre, é o setor da prestação de
serviços, que engloba desde atividades mais simples como a de limpeza,
passa por repcionistas, telemarketing, funcionários de oficinas
mecânicas, salões de beleza, escritórios de contabilidade e chega até
às funções especializadas dos segmentos da saúde e da educação.
O Laboratório Santo Antônio foi responsável por quatro vagas criadas do
setor de serviços criadas em abril e, ontem, a empresa iniciou a busca
por outros quatro profissionais. "São contratações para a recepção,
atendimento e coleta de exames laboratoriais", conta o diretor do
laboratório, Luiz Roberto Bigão Giacomelli. Os novos funcionários vão
atuar em uma nova filial do laboratório.
Os investimentos e os novos postos de trabalho, segundo Giacomelli, só
têm ocorrido porque o setor e a empresa crescem de forma sólida em
Maringá. "Quando ocorre um crescimento gradual e sólido, aparecem os
investimentos em contratação. Se não há um crescimento sólido, as
empresas se sacrificam, mas não contratam", ele considera.
Na opinião do empresário, outro motivo que faz o setor de serviços se
destacar na geração de empregos em Maringá é a necessidade de
descentralização do atendimento. "A cidade não cresce apenas na região
central. Existe uma demanda de serviços e produtos nos bairros para
atender à população de Maringá, que é bem descentralizada", avalia.
Comércio
Além da prestação de serviços, os bons números de Maringá são puxados
pela indústria da transformação, que criou 1.186 vagas no 1º
quadrimestre, e do comércio, que de janeiro a abril de 2008 registrou
um saldo positivo de 794 vagas - 255 só em abril.
Bom para pessoas como Maria de Lourdes Matesco, 46 anos, que há três
anos não conseguia um emprego com carteira assinada. "Era vendedora
autônoma e, agora, voltei a trabalhar em uma loja", conta ela.
Durante este período fora do mercado de trabalho formal, Maria vendeu
lingeries, jóias e roupas e atuou em campanhas promocionais. "Queria
uma ocupação mais firme e aproveitei a oportunidade", diz.
Agora, Maria quer vencer o período de experiência para a garantir a
estabilidade que o registro em carteira proporciona e o emprego que
conseguiu próximo de casa. "Estou adorando", ela define.
A loja de roupas que contratou Maria e a nova unidade do laboratório
que precisa de mais quatro funcionários ficam no Shopping Mandacaru
Boulevard, inaugurado no início deste mês. A estimativa da direção do
empreendimento é que quando todas as lojas estiverem em funcionamento
vão ser abertas 400 vagas de trabalho.