Muitos
idosos têm medo de cair. Esse medo torna-se mais comum à medida que a
pessoa envelhece, até entre aqueles que nunca caíram.
Para o ortopedista Miguel Thezolin, que atende em sua clínica, cumpre
plantões em dois dos maiores hospitais da cidade e é professor do
Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), os
acidentes domésticos são comuns para homens e mulheres, mas as mulheres
geralmente sofrem mais fraturas porque uma de cada três poderá
apresentar problema de osteoporose depois dos 55 anos, quando acaba a
menopausa. As pessoas estão tendo uma longevidade cada vez maior, por
isso é necessário que as casas se adaptem para garantir a segurança do
idoso, diz o ortopedista, lembrando que essas adaptações são simples e
baratas, como evitar pisos encerados, tapetes que escorregam sobre a
cerâmica, objetos espalhados na casa e calçados com solado
escorregadio. Thezolin aconselha também a adaptação dos banheiros, com
corrimãos nas paredes, uma cadeira plástica para que o idoso possa
sentar-se na hora do banho.
Thezolin baseia-se em estatísticas para afirmar que a fratura mais
temida pelos idosos é a do fêmur, que está diretamente relacionada à
imobilidade e à morte: um de cada três idosos que sofrem esse tipo de
fratura pode morrer no primeiro ano. Não é a fratura que mata, mas as
conseqüências dela, explica. A vítima de quebradura no colo do fêmur
terá que passar por procedimento cirúrgico (o que para a situação
física do idoso já é uma complicação), mas o problema maior é que ele
terá que permanecer muito tempo acamado. Se permanecer muito tempo
deitado, podem surgir vários problemas, como a paralisação dos rins,
dos intestinos, pneumonia e outros, que podem levar à morte.