Há
várias formas de chegar até o Hospital Universitário Regional de
Maringá (HU). Entre as possibilidades, é possível que a mais escolhida
seja seguindo a Avenida Mandacarú, a principal da região, onde se
concentram muitos estabelecimentos comerciais.
No entanto, a opção não permite a observação do cotidiano de pelo menos
alguns dos bairros próximos ao hospital, todos pequenos e numerosos. No
trecho da Mandacarú que compreende o hospital, entre a Avenida Colombo
até a Dr. Alexandre Rasgulaeff, por exemplo, existem 21 bairros.
Como a chuva voltou a cair pouco antes das 13 horas, todos correram
para dentro das casas. Mesmo após o aguaceiro, que durou quase uma
hora, era difícil avistar alguém andando pela Rua dos Jasmins, que
atravessa os jardins Seminário, Maravilha e Montecarlo. Mais adiante,
quando a rua muda de nome e passa a se chamar Virgílio Cardoso, a cena
se repetiu. Certamente, era mais aconchegante ficar dentro das grandes
casas que margeiam toda a rua, onde já fazia um pouco de frio.
Contrário a esse cenário era a recepção do HU. Lá, pessoas de idades
variadas esperavam sentadas nas cadeiras estofadas verdes. Entre eles,
um garotinho dormia com o rosto apoiado sobre a mão esquerda. Uma cena
que faz refletir os mais atentos: crianças e hospitais não combinam.
Atravessando a recepção em direção às salas internas, muitas pessoas
eram atendidas. Enfermeiros e médicos andavam pelos corredores.
Zeladores carregavam materiais de limpeza. Todos pareciam apressados.
Ninguém sorria.
Na sala da superintendência, o médico e pós-doutor José Carlos Amador
se mostrou preocupado com a situação do hospital. "Em qualquer setor do
HU há déficit de empregados e isso compromete a qualidade do serviço. O
hospital tem 130 leitos e perto de 800 funcionários. Precisamos de mais
312 servdiores."
O HU foi inaugurado como pronto-atendimento no dia 28 de outubro de
1988, junto com o curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), e começou a receber pacientes no início de 1989. Os primeiros
internamentos tiveram início somente em 1993.
Com 9 mil metros quadrados, a construção do hospital ainda não foi
finalizada, uma vez que o projeto prevê área três vezes maior - 27 mil
metros quadrados. Não se sabe ainda, contudo, quando o HU será ampliado
e, então, finalizado. Até lá, enfrenta problemas relativos ao número
alto de pacientes comparado ao de funcionários. Naquela terça-feira,
por exemplo, havia 67 pessoas no pronto-atendimento, onde a capacidade
máxima é de 31. "Para ensinar os alunos, é preciso ter um atendimento
de qualidade."
Ainda assim, mesmo diante das dificuldades, há o que comemorar. "Mais
de 90% dos nossos pacientes falam bem do HU", revela Amador.
Sobre Maringá, ele não titubeia. "Já viajei o mundo inteiro, conheci as
maiores cidades do mundo e não troco Maringá por nenhuma delas.
Realmente, gosto daqui."