O Conselho Universitário está analisando criação do novo órgão. Devem ser oferecidas atividades de ação social, ensino e pesquisa aplicada a idosos
O
Conselho Universitário da Universidade Estadual de Maringá (UEM) deve
analisar nos próximos meses a proposta de criação da Universidade
Aberta à Terceira Idade (Unati).
O projeto foi elaborado por uma comissão da própria UEM e entregue ao
reitor Décio Sperandio que, juntamente com o vice-reitor, Mário Neves,
teve a iniciativa de implantar o novo órgão. A Unati deve ser instalada
como órgão suplementar, ligado à reitoria.
A Unati já existe em 13 Estados do Brasil e é utilizada pelas
universidades como um programa que oferece cursos de atualização à
população idosa. "A proposta que estamos desenvolvendo funcionará como
órgão, porque permite mais autonomia, permanência e arrecadação de
recursos fora da universidade", explica o vice-presidente da comissão
instituída para criação e implementação da Unati, professor Cláudio
Stielties.
O novo órgão desenvolverá atividades de extensão (ação social junto ao
idoso), ensino (aulas, cursos e oficinas destinadas aos idosos) e
pesquisa (referentes à gerontologia e geriatria). Na área de ensino,
serão cinco os eixos temáticos fundamentais: Artes e Cultura,
Procedimentos Comunicativos, Saúde Física e Mental, Direito e Cidadania
e Meio Físico e Social.
"Vamos trabalhar com educação permanente, que consiste em conhecimento
de vida, e não com a educação continuada, que visa a atualização
profissional, porque nosso objetivo é unir ensino e promoção de saúde
para o idoso manter vida ativa e criativa", explica Stielties, ao
afirmar que essas atividades retiram o idoso do isolamento social,
levando-os para o convívio com outras gerações.
O aposentado Fernando Moura elogia a iniciativa. "Conhecimento é sempre
bom, nunca é demais", comenta. "Se algum tema não interessa a mim,
interessa a outro". Já o aposentado Orlando Federico Sisnero diz que
não voltaria a estudar porque já não está ativo no mercado de trabalho.
Mas acredita que participaria das atividades esportivas e de lazer
"porque precisamos desfrutar de novas amizades".
De acordo com o professor Stielties, a meta do projeto é justamente
promover a inclusão dos idosos. Por isso, estará aberto a todas as
classes sociais e a pessoas com necessidades especiais. O público
beneficiado é de adultos maduros e idosos, que estejam com 55 anos ou
mais, e aposentados de qualquer idade.
Além disso, não serão estabelecidos parâmetros de grau de escolaridade,
bem como não acontecerá seleção através de vestibular. Para participar
da Unati, basta fazer a inscrição. Quem tiver ensino médio completo
poderá freqüentar aulas de cursos da UEM.
"Vamos oferecer também inclusão digital", acrescenta o vice-presidente,
que considera importante que os idosos expressem suas necessidades para
que sejam adequadas as atividades da grade curricular. Um memorial
prevê a construção de um prédio de 2 andares, no campus da
universidade, para abrigar as atividades da Unati.