Em entrevista concedida a O Diário no dia oito de outubro, logo após a reeleição, o prefeito Sílvio Barros (PP) disse não temer ser processado por fazer o que julga ser o melhor para a cidade.
Bom para ele, porque já há comerciantes, entre aqueles que serão atingidos pela Lei Seca, que prometem mover ações indenizatórias contra a administração municipal e contra o prefeito.
Proprietário do Piratas Bar, que há seis anos se instalou em frente a um dos portões do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), Fernando Pereira Bersani afirma que vai entrar com um processo de indenização equiparada à renda mensal do estabelecimento, caso a Lei Seca seja mantida.
"A gente sabia que os políticos estavam só esperando as eleições passarem para fazer essa cachorrada. Sempre paguei os impostos em dia", reclama o proprietário do estabelecimento comercial.
Formando em Direito e freqüentador do Piratas, Fabrício Alvarenga opina sobre a lei, que ele considera inconstitucional.
"É uma lei injusta, porque vir ao bar é uma opção do estudante e não interfere no aprendizado. Se fosse dono de bar, entraria com recurso contra a inconstitucionalidade dessa lei", comentou, ao comemorar, no bar, a nota 9,5 obtida na monografia de conclusão de curso.
"Só falta agora proibirem que se beba cerveja na cidade", reclamou o estudante.
Passeata
Entre as nove instituições de Ensino Superior incluídas na lei, foram os estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que demonstraram maior indignação.
No dia primeiro deste mês, um grupo de aproximadamente cem universitários realizou a Primeira Passeata contra a Lei Seca, sobre a proibição da venda de bebidas alcoólicas no entorno do campus, durante o vestibular.
Na terça-feira passada, aproveitaram a ocasião para protestar na Câmara contra a lei que, em um ano, vai restringir o álcool próximo das escolas de Ensino Superior.