Municípios vizinhos de Maringá sofrem com falta de policiamento; em algumas cidades, há apenas um policial disponível por turno, sem ninguém para atender o telefone
Um levantamento coordenado pelo pesquisador Joílson Dias, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), mostrou que segurança é a principal preocupação do maringaense e que o índice de sensação de insegurança da população aumentou em relação ao ano passado.
Essa situação tende a piorar nos próximos meses, segundo previsão do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), porque pelo menos 60 policiais militares estão para se aposentar e cerca de trinta deverão ser retirados do serviço de rua e colocados à disposição de outros órgãos de segurança.
Durante recente encontro de prefeitos eleitos e atuais de 16 municípios da Região Metropolitana de Maringá (RMM) com o presidente do Conseg, Everaldo Belo Moreno, ficou claro que a situação da segurança nos municípios da região é cada vez mais caótica.
Os prefeitos decidiram pressionar os deputados estaduais para que eles, por sua vez "tenham coragem de enfrentar o governo e cobrar uma política de segurança mais realista, com mais policiais para o interior", como disse Moreno.
Em Santa Fé houve troca de tiros no centro da cidade durante uma tentativa de assalto ao Correio e duas pessoas foram seqüestradas.
Em Floresta, por exemplo, há apenas três policiais militares, mas como cumprem turnos de 24 horas trabalhadas por 48 horas de descanso, apenas um policial está em atividade a cada dia.
"Se uma pessoa ligar para o quartel e o policial estiver fazendo patrulhamento, não terá quem atenda ao telefone", comentou um dos policiais de Floresta.
Segundo disse, quando o policial do dia é informado de uma ocorrência, ele precisa telefonar para o único policial que estará trabalhando no dia em Itambé e para o único de Ivatuba, esperar que eles cheguem à cidade para só depois atender ao chamado.
"Se for uma ocorrência de furto, por exemplo, quando a equipe chegar no local o bandido já estará longe, se for tentativa de homicídio, não haverá tempo de salvar uma vida", destaca.
Ivatuba, Itambé, Santa Fé, Iguaraçu, Ângulo e Munhoz de Mello, a exemplo de Floresta, também têm apenas três PMs lotados, com apenas um trabalhando a cada dia.
Na opinião do presidente do Conseg, o governo não demonstra interesse em melhorar a segurança e mascara a situação com ações enganosas.
"Enquanto a criminalidade alcança índices jamais registrados no Estado" ressalta.