Homens vindo, o machado abrindo trilhos/o trem cortando a mata desbravada ...
Os versos da poeta Olga Agulhon, membro da Academia de Letras de Maringá, ilustram as fotografias históricas e os objetos que compõem a exposição A (Des) Humanização do Espaço, em cartaz no Museu da Bacia do Paraná.
A exposição permancerá aberta à visitação pública até o dia 30 de maio. O Museu está instalado no campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), ao lado da Reitoria. O horário de funcionamento é das 7h40 às 11 horas e das 13h30 às 17 horas. A entrada é franca.
A mostra tem reproduções de fotos, algumas datadas da metade da década de 40, e diversos objetos doados por pioneiros e pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, empresa responsável pela colonização da cidade.
Estão ali utensílios como moedores de milho e de café, serra, máquinas de calcular manuais, rádios, vitrolas, lamparinas e até uma máquina de macarrão, além de toras de espécies de árvores que existiam na região.
Entre as fotografias, os curadores Laura Chaves e João Batista da Silva, colocaram trechos do poema Maringá, da poeta maringaense Olga Agulhon, cujo início abre esta matéria e que foi cedido pela escritora para a exposição.
Acervo
Todo o acervo da exposição pertence ao próprio Museu da Bacia do Paraná e a intenção, segundo Laura, é criar uma reflexão ao fazer os visitantes conhecerem a história de Maringá.
É a história sob a perspectiva do homem. Dependendo do olhar, a chegada dos pioneiros humanizou ou desumanizou o ambiente, pois para construir, ele precisou destruir, explica, parada ao lado de fotos de 1945 que mostram grandes árvores sendo cortadas para abrir as clareiras onde futuramente se ergueria a cidade.
A exposição é dividida em duas salas. Na primeira, os curadores elaboraram uma evolução temática, envolvendo a ocupação do homem.
Estão retratados ali o desmatamento e o começo das primeiras edificações, a chegada das famílias, o papel das mulheres, a parte cultural, a religosidade, o homem público, os meios de transportes e a construção efetiva de Maringá, transformando-se de uma vila no meio do mato em uma cidade moderna.
A segunda sala traz uma visão mais cronológica, mas ainda focada principalmente na ação do homem. Com destaque principal para as fotografias, a sala apresenta imagens desde 1942, como a inauguração do primeiro hotel da cidade, até cenas de 1957.