A cidade fechou o mês em 8º lugar no ranking de contratações; os setores da indústria e construção civil mais demitiram do que contrataram
Outubro foi o pior mês de 2008 para contratações em Maringá. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, 6.731 contratações com carteira assinada foram registradas em outubro contra 6.273 desligamentos, resultando em 458 novos empregos gerados.
A cidade fechou o mês em 8º lugar no ranking de contratações, atrás de Curitiba (1.997 empregos), Londrina (849), Colombo (655), São José dos Pinhais (563), Cascavel (488), Ponta Grossa (463) e Araucária (459).
A retração foi sentida com maior intensidade na indústria e na construção civil, que mais demitiram do que contrataram. Na primeira foram 1.617 trabalhadores contratados e 1.709, desligados. A construção civil registrou 595 contratações e 602 demissões.
Para o diretor do departamento de estatísticas do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sinduscon Noroeste), Cláudio Alcalde, não é a pequena diferença que assusta, mas a tendência. "Até setembro eram 200 demissões para 600 contratações, não havia mão-de-obra nem para remédio", exemplifica.
"Agora já tem mão-de-obra ociosa, o que não é um bom sinal. As dificuldades econômicas refletem imediatamente na construção civil". Segundo Alcalde, os novos lançamentos já estão demitindo ou deixando de contratar.
As obras em andamento, à exceção daquelas que possuem financiamento imobiliário, em razão das metas que devem ser cumpridas, também reduziram o pessoal.
Enquanto a indústria e a construção civil apresentaram saldo negativo, os setores de prestação de serviços e comércio mantiveram o crescimento em outubro, mas em nível menos acelerado do que no mês anterior.
O comércio foi quem mais gerou empregos no mês: 397, seguido pela prestação de serviços, com 153 contratações. Em comparação, no mês de setembro esses setores geraram, respectivamente, 463 e 263 postos de trabalho.
Maria de Fátima Garcia, professora de economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), explica que é normal o comércio contratar mais nesse período, em virtude das festas de final de ano.
"A indústria contrata em setembro para abastecer o comércio em novembro e dezembro", diz a economista. Maria de Fátima avalia que, se o número de contratações desacelerou em outubro, também não houve elevação do desemprego. "A taxa de desocupação não cresceu, ainda que as contratações não estejam ocorrendo no mesmo ritmo do primeiro semestre."
Maringá acumula este ano um número recorde de geração de empregos, com 10.283 postos de trabalhos formais criados entre janeiro e outubro - o cálculo é feito pelo Caged com base na diferença entre contratações e demissões com carteira assinada.
Apesar de ter ficado em 8º lugar em outubro no saldo de contratações, a cidade está em 3º na média do ano, atrás de Curitiba (36.206) e Londrina (10.382).