Sindicatos afirmam que não há como lutar contra o governo sem a APP.
Assembleias marcadas para quinta e sexta devem pôr fim à paralisação
As universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM) devem encerrar a greve contra o governo do estado ainda nesta semana, conforme os sindicatos de professores e servidores delas. Nas escolas, a paralisação terminou nesta terça-feira (9), com decisão tomada em assembleia em Curitiba, depois de 46 dias.
Em Londrina, uma assembleia para definir qual será o rumo do movimento está marcada para a manhã de quinta-feira (11), no anfiteatro Pinicão, no Centro de Ciências Biológicas. A reunião dos servidores em Maringá será na sexta-feira (12), dentro da universidade.
Os professores estão parados desde o dia 27 de abril, quando suspenderam as atividades em protesto contra o projeto de lei enviado pelo governo do estado à Assembleia Legislativa que promove mudanças no Regime Próprio de Previdência Social do Estado.
De acordo com a professora Silvia Alapanian, diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindiprol/Aduel), o embate entre governo e servidores fica desigual sem a força dos professores escolares.
"Isso [o fim da greve dos professores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato)] muda a correlação entre as forças no estado. Obviamente, isso é um peso. Nós estávamos juntos nesta greve. Infelizmente, é improvável que a paralisação continue nas universidades", afirma a professora.
Para ela, mesmo com a tendência de volta às aulas, o acordo firmado entre APP e governo não satisfaz a categoria. "Obviamente, voltar às atividades é um problema. Implica em uma redução de salário. Vamos ter um ano, quase dois, de perdas salariais", diz Silvia.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Celso Nascimento, reforça a ideia de que é difícil manter a greve nas universidades. Ele diz que, mesmo se a decisão for de voltar, é importante manter o diálogo com o governo para a melhoria salários.
"Rechaçamos que a proposta do governo é acintosa, ruim para todos nós. Mas, antes de cravarmos o fim da greve, precisamos ouvir o que pensam os professores e os servidores. Tudo leva a crer que, de fato, voltaremos às atividades", comenta Nascimento.