Professores e servidores das universidades estaduais de Londrina (UEL) e de Maringá (UEM), no norte do Paraná, fizeram manifestações nas duas cidades nesta quarta-feira (25). Os funcionários protestaram contra o pacote de medidas do governo enviado à Assembleia Legislativa que corta direitos dos servidores públicos do Paraná, além de atingir a autonomia das universidades. Os servidores das duas universidades estão em greve há duas semanas.
Em Londrina, mais de mil pessoas participaram de uma passeata pelas ruas do centro da cidade. A concentração ocorreu na Concha Acústica, e teve a participação também de professores das escolas estaduais e de outras categorias. Os servidores pintaram os rostos, usaram nariz de palhaço e carregaram bonecos gigantes, faixas e cartazes. A manifestação terminou no Colégio Estadual Vicente Rijo.
Em Maringá, os servidores da UEM saíram em passeata até a Praça Raposo Tavares, no Centro da cidade. Lá eles se uniram aos professores da rede estadual de ensino.
Os servidores técnico-administrativos da UEL entraram em greve no dia 10 de fevereiro, enquanto os professores deflagraram greve no dia 12. Na UEM, a paralisação teve início no dia 11 de fevereiro.
As aulas da UEL estavam previstas para começar no dia 19 de fevereiro, porém, a greve deixa quase 17 mil alunos sem aulas. Já na UEM, as aulas deveriam começar na segunda-feira (23), mas isso também não ocorreu, o que prejudica quase 22 mil estudantes.
Professores fazem marcha em Curitiba
Milhares de professores e servidores da educação pública do Paraná participaram de uma marcha no centro de Curitiba
na manhã desta quarta-feira. Eles caminharam pelas ruas centrais da
cidade rumo ao Palácio do Iguaçu, onde ocorre a terceira rodada de
negociação para cessar a greve que está no 17º dia. Devido a quantidade
de pessoas, houve diversos bloqueios nas ruas centrais de Curitiba.
Quase um milhão de alunos da rede estadual estão sem aulas desde o dia 9 de fevereiro, quando o ano letivo deveria ter iniciado. Governo e trabalhadores já se reuniram duas vezes para traçar um acordo, que, apesar de avanços elencados por ambas as partes, ainda não se concretizaram.
Governo reenvia parte do 'Pacotaço'
O Governo do Paraná reenviou à Assembleia Legislativa (Alep), na terça-feira (24), parte do pacote de medidas de austeridade
que havia sido retirado após protestos de servidores estaduais. As duas
propostas enviadas nesta terça tratam da criação do Cadastro
Informativo Estadual (Cadin), e da implantação do Programa de Estímulo à
Cidadania Fiscal.
Ao contrário da primeira tentativa do governador Beto Richa (PSDB), desta vez as propostas devem tramitar sem urgência, passando pelas comissões da Casa antes de serem submetidas à votação em Plenário. Outros projetos que integravam o que ficou conhecido como “pacotaço” devem ser reenviadas posteriormente para apreciação dos deputados.