A 26ª edição do Prêmio
Paranaense de Ciência e Tecnologia aconteceu na última segunda-feira no
Palácio do Iguaçu. Dentre os premiados estava o professor Jesuí Vergílio
Visentainer, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) vencedor da
Categoria Professor-Pesquisador pela área de Ciências Exatas e da Terra.
O prêmio é organizado anualmente pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior do Paraná (Seti). Para o pesquisador a conquista tem um
significado importante não só pelo reconhecimento do trabalho, mas pela
valorização à pesquisa nas universidades.
“É graças ao incentivo à pesquisa e à concessão de bolsas, que muitos
acadêmicos têm conseguido manter-se na universidade”, salientou o
químico maringaense, referindo-se aos inúmeros bolsistas que já
orientou.
Ele cita um caso recente, em que um graduando o procurou para saber se
havia um projeto com bolsa, porque sem essa ajuda seria obrigado a
deixar a universidade. O professor concedeu a bolsa e o projeto em que o
acadêmico se envolveu acabou levando-o à pós-graduação, que ele
concluiu com destaque. Hoje ele já está no mercado dando contribuição
para sociedade.
PRÊMIO
O Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, foi criado em 1986 pelo
governador José Richa. Nesta edição foram escolhidas as Ciências Exatas e
da Terra e Ciências da Saúde. A iniciativa faz parte das ações da Seti
para valorizar produções científicas, contemplando cinco categorias:
professor-pesquisador; pesquisador-extensionista; inventor independente;
estudante de graduação; e jornalista.
A premiação consiste em diploma e valor com base no salário do
professor-titular em regime de dedicação exclusiva, incluindo a
gratificação de incentivo à titularidade de doutor, da carreira do
magistério público do ensino superior do Estado.
O secretário João Carlos Gomes disse que as universidades estaduais do
Paraná são responsáveis pela maior parte da produção científica do
estado, em decorrência do nível de excelência de seu quadro de pessoal,
em sua maioria mestres e doutores, com formação nas melhores
instituições do país e do exterior.
Para o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, a premiação do
professor Jesuí Visentainer reflete a competência dos pesquisadores da
UEM e evidencia a excelência da instituição nas áreas de pesquisa,
pós-graduação e inovação tecnológica.
CARREIRA
Visentainer é graduado em Química pela UEM, na turma de 1982. Desde
então vem construindo um currículo invejável. Doutor em Ciência de
Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas, com pós-doutorado pela
Laval University Agri-Food, no Canadá, ele iniciou a carreira de
docente na UEM em 1986.
Nos últimos anos, publicou mais de 200 artigos científicos, quatro
livros e seis capítulos de livros. Sem contar as publicações em anais e
apresentações em congressos, que ultrapassam a marca de 780.
A liderança científica de Visentainer na área de ciência de alimentos é
demonstrada de outras formas. É bolsista de produtividade em pesquisa do
CNPq nível 1B e suas pesquisas já geraram oito solicitações de
patentes, tendo rendido também outras premiações relevantes.
Entre os pedidos de patente, um está relacionado ao desenvolvimento de
uma fonte de ionização e dessorção de amostras para análise por
espectrometria de massas.
O campo de atuação do pesquisador está relacionado, principalmente, ao
doseamento dos constituintes lipídicos, ácidos graxos, fitosteróis e
antioxidantes. |