A Universidade Estadual de Maringá (UEM), no norte do Paraná, decidiu
trancar os rolos de papel higiênico dos banheiros para coibir os furtos
frequentes no campus. Segundo o Departamento de Serviços e Manutenção da
instituição, quase metade dos produtos de higiene dos banheiros
públicos são levados por alunos.
Nem os cadeados inibem os alunos de levarem os papéis higiênicos. (Foto: Lafaietti de Oliveira)
A medida não evita que, ainda assim, os papéis sejam levados. No
entanto, os cadeados ajudam a diminuir o número de furtos, relata o
diretor do Departamento de Serviços e Manutenção, Robson Moreira. "Os
furtos dentro da universidade são problema antigo, crônico. Se colocamos
um rolo de papel higiênico no começo da manhã, por volta das 10 horas
já está sem. Eu não consigo deixar o banheiro abastecido se não for com o
cadeado. Pelos menos estamos dificuldade as ações deste tipo", conta.
Além dos papéis, são comuns furtos de tampas de vasos sanitários,
sabonetes, esponjas e até torneiras, diz o diretor. "Some tudo. O
banheiro não tem mais nada: levam as torneiras de ferro, os assentos das
privadas, o acabamento do vaso sanitário. É uma falta de respeito.
Falta de sentimento de coletividade. Depois, ainda reclamam que a
universidade não dá condições estruturais para eles", lamenta Moreira.
Segundo ele, a universidade gasta aproximadamente R$ 130 mil em produtos
para os banheiros durante o ano. Sem os furtos, a UEM economizaria
cerca de 50% do valor, garante o diretor. "Eles prejudicam a eles
próprios. Não dá para entender. Só pode ser por instinto, porque quem
faz isso não pensa em nada".
O estudante de Engenharia Civil Lafaietti de Oliveira também reclama da
falta de civilidade dentro da universidade. Ele afirma presenciar,
frequentemente, furtos dentro da UEM. "Não é só nos banheiros. Já vi
roubarem aparelhos de data show [projetores multimídia], computadores,
livros. Tudo tem que ter cadeado aqui. Se não tiver, levam mesmo", diz o
universitário. "Acredito que a maioria desses furtos são para comprar
droga", sugere Oliveira.
Há 30 dias, a universidade passou a trocar as torneiras de ferro por
torneiras de plástico, já que as novas são mais difíceis de ser
vendidas. Os 102 banheiros públicos também passaram a ser trancados
quando não há aula, informou a própria instituição. "Se roubam até papel
higiênico, o que vai sobrar?", questiona o aluno da UEM.