O DCE Unifesp repudia a agressão contra estudantes cometida por integrantes da Guarda Universitária da Universidade Estadual de Maringá (UEM) na madrugada do dia 5 para 6 de setembro. Na ocasião, uma das estudantes que participaria de uma reunião na sala do DCE local, Tamires Pereira Schmitt, foi atingida na cabeça por uma pedra, tendo tomado sete pontos no local onde foi atingida e sofrido traumatismo craniano, do qual já recebeu alta do Hospital Universitário. Cinicamente os guardas responsáveis pela tentativa de homicídio disseram em depoimento à Polícia Militar que a estudante havia atirado a pedra contra si mesma. Outro estudante teve o nariz quebrado pelos guardas na ocasião, tendo também recebido tratamento no Hospital Universitário.
Responsabilizamos a reitoria da UEM pelos atos de barbárie praticado contra os estudantes, em uma universidade onde há amplo histórico de luta estudantil e sindical, e por outro lado a reitoria tem imposto uma política que precariza as condições de ensino e pesquisa, que inclui cortes no número de professores efetivos para a substituição por temporários.
Entendemos que a atual fascistização no trato com as mobilizações em universidades, demonstrada em outros casos como o dos estudantes da UFMT presos e agredidos brutalmente por protestarem contra o corte de moradias estudantis, dos estudantes da Unesp presos durante a ocupação da reitoria por ampliação do acesso e permanência ao ensino superior público, ou dos estudantes da Unifesp presos duas vezes no contexto da Greve Nacional das Universidades Federais de 2012, que reivindicavam mais prédios, professores, valorização dos profissionais, entre outras demandas afetadas pela falta de investimentos públicos, são respostas às mobilizações dadas por governos atrelados a um projeto de educação feito para favorecer a privatização e precarização do ensino superior, que cada vez mais tem se expandido sem gerar condições para que toda a população possa estudar em universidades públicas, ao mesmo tempo em que a estrutura de poder arcaica e herdada da ditadura militar favorece a imposição, na gestão das instituições, dos setores mais retrógrados ao conjunto dos que delas dependem.
Ressaltamos a importância de que o movimento estudantil se articule com os setores profissionais das universidades e com todos os setores progressistas da sociedade a quem interessa um novo projeto para a educação brasileira, colocando-a como parte de um novo projeto de sociedade, com amplos direitos garantidos à população em todas as áreas que sofrem com políticas semelhantes, como saúde, transporte e moradia.
Esperamos que o reitor da UEM, Júlio Santiago Filho, renuncie ao cargo após a vergonhosa nota publicada em que afirmou não ter havido nenhum excesso no ato dos cerca de 30 guardas universitários que cercaram o grupo de estudantes no momento em que saíam da universidade após as aulas do período noturno. É preciso que os processos de escolha de reitores, diretores e representantes nas universidades sejam democráticos, com paridade entre estudantes, professores e técnicos, e que passem a ser reconhecidos e processados como criminosos não os que se mobilizam por mudanças, mas todos os que se envolvem nos muitos atos criminosos contra manifestações em todo o país, dentro e fora das universidades.
Abaixo a repressão nas universidades! Abaixo a barbárie!
Por uma sociedade mais justa, com direito à vida digna e à manifestação!
DCE Unifesp – Gestão Vez da Voz (2013)