Apesar de ser considerado um dos principais bens de nossa cultura, o chorinho – responsável por influenciar diversos compositores eruditos brasileiros e estrangeiros, tais como Heitor Villa-Lobos e o francês Darius Milhaud – luta para ser reconhecido, principalmente, entre a própria população brasileira. Tendo como objetivo apresentar toda a riqueza de repertório deste gênero que é respeitado e muito elogiado em diversas partes do mundo - às vezes mais do que no próprio Brasil –, um grupo se reuniu para formar o “Roda de Choro: música brasileira na comunidade”, projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desde ontem até o dia 6, o grupo está em Santiago, no Chile, para participar da 9ª Conferência Latino-americana de Educação Musical e da 2ª Conferência Pan-americana de Educação Musical.
Na oportunidade, os membros do projeto vão integrar a mostra artística dos eventos. “Faremos apresentação do trabalho do grupo em homenagem a Jacob do Bandolim, que foi um dos grandes chorões que manteve o choro vivo. Faremos também apresentação explicando a importância do projeto e o que ele reflete na comunidade”, explica o bauruense Paulo Henrique Pereira de Souza, violinista do grupo, que reside em Maringá desde 2007.
Ele, juntamente com os demais integrantes do Roda de Choro, foram selecionados para representar o Brasil nos eventos do Chile, de grande destaque na área de ensino de música. “Estes eventos são importantes para a integração de culturas e o desenvolvimento de técnicas para mantermos a comunidade sempre participativa destes projetos de extensão”, ressaltou Paulo. Motivado, o grupo lançou um CD recentemente, cuja venda ajudou a custear as passagens para o Chile.
Roda de Choro
O projeto de extensão “Roda de Choro: música brasileira na comunidade” tem como principal objetivo promover a divulgação e ampliação de conhecimentos acerca do gênero musical choro.
O bauruense Paulo Henrique Pereira conta que participa da iniciativa desde 2012 como violonista. Mas o Roda de Choro acontece desde 2011, na UEM. As atividades (ensaios) acontecem semanalmente no Departamento de Música da universidade. “O projeto é aberto a toda comunidade, todos podem comparecer aos ensaios para tocar, cantar ou mesmo apenas para assistir e conhecer um pouco sobre a história do gênero”, explica.
O Roda de Choro mantém um grupo base de instrumentistas, formado por Paulo Henrique no violão, Andro Gustavo Casquinha (violão 7 cordas, percussão, cavaquinho), Édipo Careca (bandolim, saxofone, cavaquinho), Rafael Marinho (violão), Tiago Brizolara da Rosa (violão 7 cordas, cavaquinho), Wellington Alves (flauta transversal), o professor Pedro Ludwig (violoncelo) e a coordenadora, professora Andréia Veber, ao pandeiro.
Paulo Henrique conta que chegou a Maringá para estudar Geografia. No entanto, decidiu se dedicar à carreira musical. “Comecei o curso de Geografia, mas não terminei. Precisei trancá-lo por um tempo. Já era músico antes de me mudar pra Maringá e nesse tempo em que tranquei voltei a me dedicar bastante à música e ao meu instrumento, o violão”, relata.
Outras informações sobre o Roda de Choro estão na Fan Page www.facebook.com/rodadechorouem.
http://www.jcnet.com.br/Cultura/2013/09/chorando-no-chile.html