A Universidade Estadual de Maringá (UEM) assinou convênio com a empresa
Recco Lingerie para fabricar e comercializar uma peça criada a partir de
pesquisa de mestrado desenvolvida pela enfermeira Anita Batista dos
Santos Heberle, técnica em enfermagem do Banco de Leite Humano do
Hospital Universitário.
O convênio estabelece que a Recco vai desenvolver um protótipo baseado
no design criado pela pesquisadora e, então, avaliar a viabilidade de
mercado do produto que, se chegar às prateleiras, poderá render uma
patente e royalties à UEM e à enfermeira. Para o reitor Júlio Santiago
Prates Filho, este é “um momento ímpar para a universidade, que se sente
feliz em poder colocar o conhecimento desenvolvido através da pesquisa
em prol da comunidade em que está inserida”.
O acordo é um exemplo do que poderá ser realizado, de forma mais rápida e
prática, com o apoio da Lei da Inovação. Nesse sentido, a UEM está
trabalhando para encurtar o caminho que o trabalho de um pesquisador
precisa percorrer para chegar ao mercado, que costuma demorar longos
anos.
O trabalho vem sendo realizado pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)
da UEM. A ideia é formalizar uma política institucional de inovação
capaz de facilitar a identificação, a formalização, a proteção legal e a
comercialização dos resultados das atividades inovadoras desenvolvidas
no âmbito da universidade.
Potencial - A ideia do produto nasceu, segundo Anita Herbele, logo
depois que ela concluiu o mestrado em Tecnologia em Saúde, em 2011, pela
PUC de Curitiba. Ela diz que a proposta está relacionada com sua
pesquisa, aliada à experiência profissional de mais de 15 anos atuando
no Banco de Leite Humano do HU.
Sobre o potencial do produto, o criador da empresa, Antonio Recco, conta
que a peça se encaixa em uma linha de produção que hoje responde por 9%
do faturamento da empresa. A expectativa é que, pelo caráter inovador,
ele impulsione para cima essa margem.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, Mauro Ravagnani, espera
que o convênio com a Recco Lingerie seja o primeiro de muitos que podem
ser firmados dentro de uma política de inovação da UEM voltada para a
transferência de tecnologia de pesquisa para o setor produtivo.
Ravagnani aposta no crescimento dessa demanda e no estabelecimento de
uma política interna capaz de garantir a infraestrutura necessária para o
desenvolvimento do NIT.
A superintendente do Hospital Universitário, Magda Félix de Oliveira,
declarou-se feliz que o primeiro convênio assinado pelo NIT tenha vindo
por intermédio de uma servidora técnica. Ela lembrou que foi necessário
vencer uma série de barreiras até obter a liberação para que Anita
Herbele pudesse cursar o mestrado.
http://www.seti.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=2687